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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Velhice fragilizada


Maria de Fátima


O Brasil é um país que tem aumentado o número de idosos a cada ano. Este é, sem dúvida, um ótimo sinal. Melhorias na saúde, habitação e condição financeira são motivos importantes para o aumento da longevidade. Mas ainda existe um contingente de idosos que está à mercê da própria sorte, ou melhor, da falta desta no final da vida.

São pessoas completamente dependentes de terceiros, que friamente as tratam como bonecos de pano inúteis e incômodos. Foi esta a sensação que senti ao assistir um programa de televisão com imagens chocantes de idosos sendo mais do que maltratados, torturados, por seus algozes disfarçados de cuidadores.

Os criminosos frios, insensíveis e sádicos proporcionaram cenas dantescas de sessões nazistas contra aquelas pessoas indefesas, passivas e, certamente, descrentes na humanidade.

Tanto sofrimento a que estes fragilizados velhinhos foram expostos tem como consequência a depressão e a ideia de que a morte é a única forma de se libertarem dos horrores cotidianos.

Os autores deste tipo de crime são psicopatas perigosos, enganosamente pagos para proporcionarem uma melhor condição de vida aos pobres idosos, mas o que fazem é exatamente o contrário, pois levam terror e extremo sofrimento a eles.

Este tipo de crime jamais deveria ser considerado apenas como maus tratos, mas como tortura. A pena para esta modalidade criminosa é muito maior e é exatamente isto que eles cometeram.

É uma vergonha que indivíduos tão monstruosos tenham suas sentenças revistas e diminuídas. Não apenas carece envergonhar-se a Justiça, por portar-se desta forma complacente com os delinquentes, mas todos nós que vivemos em um país com tanta desigualdade perante a Lei.

Deveríamos sempre nos indignarmos ao vermos cenas de tortura serem consideradas com tanto descaso, por aqueles que, certamente têm a obrigação de punir e prevenir a ocorrência de casos semelhantes, através da eficiência de uma punição justa.

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