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quarta-feira, 27 de março de 2013



O controverso anúncio da Nike com Tiger Woods


Compulsão por sexo, infidelidade, divórcio, atrizes pornô. Nada importa se houver vitória. Esta é a mensagem do novo anúncio da Nike, publicado pela fabricante de materiais esportivos em redes sociais para comemorar a volta de Tiger Woods ao posto de melhor golfista do mundo.
O americano conquistou o título da etapa de Bay Hill, na Flórida, e conseguiu recuperar o topo do ranking mundial, do qual esteve aquém por 29 meses.
O desempenho de Woods despencou quando um tabloide divulgou, no fim de 2009, que ele traía a esposa. A partir de então, outras mulheres apareceram como supostas amantes, entre elas uma atriz pornográfica. O escândalo tirou dele vários patrocínios, como Gillette, Accenture e AT&T.
Mas a Nike ficou.
Agora, com o golfista de volta ao primeiro lugar do ranking mundial, a empresa decidiu arriscar e criar um anúncio polêmico – atitude típica da Nike.
A reação do público, como era de se esperar, foi divergente.
Há quem ache que Tiger Woods merece a “homenagem” da parceira depois de tanto tempo de notícias negativas. Mas há quem ache que a fornecedora exagerou em sugerir que vencer é mais importante do que qualquer atitude incorreta, como trair a mulher compulsivamente.
“Eu esperaria comentários sem classe de Tiger Woods, mas de você, Nike? Esta é realmente a mensagem que você quer apoiar e promover? Completamente inapropriada e vergonhosa”, escreveu Jeniffer Tracy, uma fã da marca no Facebook.

No Twitter, Colleen Bowman, outra mulher, disse que a mensagem era “desapontadora”.
“Superficial, arrogante e impensada. Há tantas mensagens mais inspiradoras que a Nike poderia se dar ao luxo de mandar. Vocês deixaram um estagiário fazer isso? Não houve a revisão de um diretor de criação?”, acrescentou Gina Hamm. Mais uma mulher.
Este é um risco que a Nike adora.
Sempre que toma partido de um patrocinado – seja um atleta, como Woods, seja um clube, como o Corinthians – a marca se indispõe com quem discorda da atitude ou não é fã. Gente que, afinal, também é consumidora em potencial. Neste caso, o público atacado foram as mulheres.
Por outro lado, é também a ousadia e a provocação nos anúncios que fazem a marca da Nike se diferenciar das demais e se tornar desejada.
No fim das contas, infidelidade parece não ser um problema para a companhia. Quando Lance Armstrong admitiu que usou doping para vencer no ciclismo, a Nike rompeu o patrocínio. Quando o corredor Oscar Pistorius foi acusado de matar a namorada, a Nike também o abandonou.
Houve também os casos de Kobe Bryant, ídolo do basquete que foi acusado em 2003 de ter estuprado uma funcionária de um hotel, e Ben Roethlisberger, do futebol americano, também acusado de estupros entre 2008 e 2010. A Nike manteve os patrocínios, mas eles não foram presos.
Agora, a empresa não apenas continua a investir em Woods, como usa o escândalo em um anúncio.
Trair, aparentemente, está dentro dos limites morais da Nike.

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