Regra proíbe o acesso de mulheres de 10 a 50 anos no templo, já que são consideradas 'impuras' por estar em idade menstrual
28 de set de 2018
A Suprema Corte da Índia estabeleceu nesta sexta-feira (28/09) que as mulheres de todas as idades têm liberdade de culto no país, exatamente como os homens.
As informações são do jornal The Hindu, que afirma que a decisão terá como consequência o cancelamento da proibição à entrada das fiéis no famoso templo de Ayyappa, em Sabarimala, no estado indiano de Querala. A atual regra proíbe o acesso de mulheres de 10 a 50 anos no templo, já que elas são consideradas impuras por estar em idade menstrual.
As informações são do jornal The Hindu, que afirma que a decisão terá como consequência o cancelamento da proibição à entrada das fiéis no famoso templo de Ayyappa, em Sabarimala, no estado indiano de Querala. A atual regra proíbe o acesso de mulheres de 10 a 50 anos no templo, já que elas são consideradas impuras por estar em idade menstrual.
Na Índia, a menstruação é um tabu que provoca discriminação contra as mulheres e força muitas delas a realizarem histerectomia (remoção do útero). Por conta disso, são proibidas de ir à cozinha, mexer com alimentos e frequentar templos e obrigadas a dormir em um quarto separado de seu parceiro ou familiares.
Dos cinco membros da Suprema Corte, somente o juiz Malhotra votou contra a medida. Kandararu Rajeevarau, sacerdote-chefe do templo, também se declarou contrário, mas adicionou que a comunidade tantri, que gere o local, aceitará a vontade da Justiça. O presidente da casta hindu dos brâmanes de Querala, Karinmpuzha Raman, disse que sua organização se oporá à sentença.
Já Dipak Misra, presidente do Supremo, afirmou na leitura da decisão que "a devoção não pode ser submissa à discriminação de gênero". Segundo ele, as mulheres não são inferiores ao homem. "As razões biológicas ou fisiológicas não podem ser levadas em conta na liberdade da fé", acrescentou.
A decisão vem após a Suprema Corte do país revogar duas leis do período colonial em menos de um mês. No começo de setembro, a justiça determinou a descriminalização da homossexualidade, e nesta quinta-feira (27/09), o colegiado votou pela descriminalização do adultério no país.
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