Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

quarta-feira, 12 de junho de 2019

MARIA VAI COM AS OUTRAS #4: ÀS VEZES NÃO GOSTO DA MINHA CARA

Uma modelo, uma estudante de medicina e uma tradutora falam sobre padrões de beleza, beleza como capital de trabalho e a obrigação social de ser bonita

11mar2019
As convidadas Helena, Mirna e Camila, pelo traço do ilustrador Caio Borges
As convidadas Helena, Mirna e Camila, pelo traço do ilustrador Caio Borges
A profissão de Helena é resultado direto de sua beleza. Alta e magra, ela trabalha como modelo fotográfico. Mirna foi passista de uma escola de samba dos 4 anos de idade até chegar ao 3º ano do curso de medicina, quando não conseguiu mais conciliar os compromissos noturnos do samba com os diurnos das aulas e plantões. Camila trabalha de casa e, entre uma tradução e outra, publicou em seu blog uma reflexão sobre se achar feia, e o que isso tinha a ver com a própria felicidade. No quarto programa desta temporada do Maria Vai Com as Outras, essas três mulheres falam com Branca Vianna como o padrão de beleza sobre a mulher se impõe no seu ambiente de trabalho.

Bloco 1
Desde que se tornou modelo, Helena Whitaker tem se sentido menos confortável no próprio corpo. Mesmo se adequando aos padrões de beleza vigentes, ela não passa ilesa pelo escrutínio dos agentes, e sente que deixou de ser mulher para virar um conjunto de medidas. Por causa do aumento de alguns centímetros, um agente já “ameaçou” colocá-la na categoria plus size.

Bloco 2
Mirna Moreira começou a carreira de passista no Salgueiro ainda criança, inspirada pela admiração que sentia pelas mulheres negras no samba, consideradas bonitas por todos. A faculdade de medicina e os plantões acabaram obrigando-a a se afastar da escola de samba – e, neste novo território, sua beleza não só não ajuda como também desperta desconfiança da sua competência.

Bloco 3
Camila Fernandes não cresceu ouvindo que era linda: em sua família, as crianças costumavam ser elogiadas por suas habilidades. Ela só se deu conta da diferença com que a sociedade tratava as mulheres bonitas quando entrou no mercado de trabalho. Hoje, trabalhando de casa como escritora e tradutora, ela se sente à vontade para expressar seu desconforto com o próprio corpo; seja raspando o cabelo, seja deixando de depilar as pernas. O que não quer dizer que ela não se abale por estar fora dos padrões: num site em que reúne seus trabalhos, fez um inventário de tudo o que a desagradava no próprio rosto.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário