Em 2019, em São Paulo houve um aumento de 29%; no Rio, de 24%; em Alagoas, de 123%; no Amapá, de 133%. Pesquisa foi feita pela GloboNews, pelo G1 e pelo Jornal Nacional.
10/01/2020
Um levantamento em 15 estados e no Distrito Federal detectou que, em metade dos locais pesquisados, aumentou o número de casos de feminicídio, em 2019.
Em Campinas, no interior paulista, um dos roteiros clássicos do feminicídio: um homem inconformado com o rompimento de um namoro, uma mulher, Camila Barros, de 29 anos, morta a tiros, no local onde trabalhava. O assassino, Luiz Pereira da Silva, de 40 anos, se matou em seguida. Ele vinha seguindo e ameaçando Camila.
Em Campinas, no interior paulista, um dos roteiros clássicos do feminicídio: um homem inconformado com o rompimento de um namoro, uma mulher, Camila Barros, de 29 anos, morta a tiros, no local onde trabalhava. O assassino, Luiz Pereira da Silva, de 40 anos, se matou em seguida. Ele vinha seguindo e ameaçando Camila.
“Não tem registro na Polícia Civil, não tem nenhuma medida protetiva. Às vezes uma medida protetiva já tinha ajudado, auxiliado, e não teria ocorrido isso”, disse o tenente da Polícia Militar de São Paulo Lesandro Agostinho.
Levantamentos feitos pela GloboNews, pelo Portal de Notícias da Globo, o G1, e pelo Jornal Nacional mostram um aumento no número de feminícidios em oito de 16 unidades da Federação, em 2019.
Comparando os períodos de janeiro a novembro, em São Paulo, um aumento de 29%; no Rio, 24%; em Alagoas, 123%; no Amapá, 133%.
Rio Grande do Sul, Pernambuco e Pará tiveram redução no número de feminícídios.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em quase 89% dos casos, em 2019, o autor foi um companheiro ou ex-companheiro da vítima.
A mulher é a principal vítima do feminicídio. Mas, como todo crime, ele sempre deixa outras ao redor atingidas de várias formas. Famílias inteiras. Homens, também, é claro. Abre feridas difíceis de cicatrizar.
Depois de mais de um ano, Nilton de Sousa Novaes ainda chora a morte da mulher. As imagens mostram o momento em que Dilma foi abordada, a caminho do trabalho. Acabou estrangulada. O assassino foi preso e também é acusado de estupro.
Nilton conta que passou por momentos de desorientação. Numa certa noite, foi parar na porta da escola onde a companheira da vida inteira estudava.
“Fiquei ali esperando e nada. Depois que você acaba vendo seus amigos saindo, as colegas dela saindo, os colegas dela saindo e você fica sem chão. Um vazio imenso. Não é fácil, não. Depois de 24 anos”.
Para quem luta contra o feminicídio é importante ter, cada vez mais, acesso a informações sobre a violência contra a mulher.
“Você tem que saber quem são as mulheres que sofrem violência dentro do município. Você tem que ter isso mapeado. Se não tiver isso mapeado, você não consegue ajudar”, afirmou Sueli Amoedo, coordenadora de Direitos da Mulher em Taboão da Serra, SP.
O governo de São Paulo afirmou que aumentou para dez o número de Delegacias da Mulher – 24 horas. Que lançou um aplicativo para priorizar o atendimento a pessoas com medidas protetivas, e que realiza campanhas para incentivar as denúncias.
A Polícia Civil do Rio afirmou que, de janeiro a novembro, prendeu 66 autores de feminicídio, e que aperfeiçoou o atendimento às mulheres vítimas de violência.
A Secretaria da Justiça e Segurança Pública do Amapá afirmou que o feminicídio é um crime complexo porque, muitas vezes, acontece dentro de casa. Mas que pede às mulheres que denunciem e se afastem do agressor.
A Secretaria de Segurança de Alagoas disse que existe uma determinação do governo estadual para que haja ainda mais rigor no combate ao feminicídio, e que existe celeridade nas investigações dos casos ocorridos no estado.
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