por: Vitor Paiva
A maneira com que mães e pais oferecem suporte, incentivo e limites a seus filhos pode influenciar e determinar a maneira com que esses jovens irão lidar com os mais variados aspectos de suas vidas – e sobre o consumo de álcool não seria diferente. Um novo estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) investiga justamente a influência dos “estilos” de criação dos pais sobre os hábitos alcoólicos dos filhos – e de que forma certas atitudes podem determinar o comportamento de jovens e adolescentes e o consumo excessivo de álcool.
O estudo foi publicado na revista científica “Brazilian Journal of Psychiatry”, e trabalhou com dados de 17 mil estudantes entre 13 e 18 anos a partir de um levantamento sobre consumo de drogas realizado em 2010 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) e pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD). A partir de uma escala sobre níveis de responsabilidade e exigência dos pais com seus filhos, o estudo confirmou que estaticamente jovens que recebem maior suporte emocional em casa, com estimulo à sua autonomia mas também com monitoração e interesse dos pais por seus hábitos e companhias tendem a beber menos, enquanto os adolescentes que não são encorajados a assumirem suas responsabilidades e não recebem maior atenção dos pais sobre seus hábitos e suas companhias tendem a beber mais.
A pesquisa se baseou em um questionário desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) cruzando perguntas sobre hábitos alcoólicos dos jovens e os mesmos hábitos por seus pais, assim como o comportamento de ambos dentro do âmbito familiar. Segundo os autores, trata-se do primeiro estudo a investigar a fundo essa influência sobre o consumo de álcool entre jovens, no que diz respeito a comportamentos não autoritários por parte dos pais. Pesquisas indicam que a primeira experiência com álcool acontece em média no Brasil aos 12 anos de idade.
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