21/08/2015 – por 
Achei que já tínhamos superado isso, mas hoje de manhã a Ana Maria Braga compartilhou essa imagem, no Mais Você, e rachou o bico de rir:
casamento
Até poderia me repetir sobre esse papo de colocar as mulheres como carrascas desesperadas e os homens como pessoas coagidas ao casamento por elas. Mas já falei disso aqui e, assumo, o que me chamou a atenção, nesse caso, foi a piada ter sido feita por uma mulher super bem sucedida, aspiracional pra muita gente e que já se casou duas vezes.
A Ana Maria Braga não é o tipo de pessoa que a gente olha e pensa que vai ter uma auto estima tão baixa a ponto de acreditar e reforçar essa sabedoria popular de que o casamento é um troféu que uma mulher arranca de um homem acuado.
Mas até aí, como culpar ela?
gostar-de-si-mesma
Uma mulher que não gosta de si mesma não pode ser livre e o sistema se encarregou de fazer com que as mulheres nunca cheguem a gostar de si mesmas.

Mesmo tendo bem mais dinheiro que a maioria de nós sequer sonha e estando no ponto mais alto da sua carreira, ela ainda é uma mulher criada em uma sociedade patriarcal. E isso ainda quer dizer que a forma como ela se vê é submetida aos mesmos processos que a forma como nós nos vemos.
Ou seja, assim como nós, ela foi ensinada a nunca se ver como uma pessoa incrível, mas como alguém cheio de defeitos. O incrível é sempre algo inatingível e nós somos sempre falhas. Sempre que me olho no espelho, por exemplo, vejo olheiras, celulites, rugas e frizz no cabelo. Nunca as coisas boas que tenho.
E foi aí que fiquei pensando em nós, aqui. Em mim, em vocês, leitoras maravilhosas, que ainda vivemos nessa mesma sociedade mas que estamos mais unidas e com mais acesso à informação. Nós não podemos mudar o mundo sozinhas, só com a força da good vibe. Mas nós podemos tentar causar um impacto na nossa vida tentando mudar, aos poucos, a maneira como nos vemos nesse “reflexo no espelho”.
auto-estima
Numa sociedade que lucra com a nossa insegurança, gostar de si mesma é um ato de rebeldia

O espelho é simbólico, até porque as qualidade não precisam ser físicas, mas a ideia que gostaria de propor é que a gente faça do auto amor um exercício diário. Literalmente, mesmo. Tipo tirar uns minutinhos do dia pra ter a chance de se ver com o coração aberto, de pensar em quem somos de uma maneira mais gentil.
E seguir fazendo isso, até que esse vire nosso novo vício. Não da auto crítica, mas da auto estima de quem é capaz de reconhecer, em si, qualidades. Quem me acompanha nesse ato de rebeldia?