Projeto Open Box da Ciência faz levantamento inédito sobre a presença de mulheres no ambiente acadêmico e conta a história das principais pesquisadoras do Brasil
LARISSA LOPES
12 FEV 2020
Você consegue citar o nome de três pesquisadoras brasileiras sem titubear? Essa simples missão pode parecer difícil, mas não faltam exemplos das inúmeras contribuições já feitas por elas para o desenvolvimento da ciência nacional.
Para dar visibilidade às carreiras dessas mulheres, a organização de mídia Gênero e Número criou o Open Box da Ciência, uma plataforma que identificou 250 mulheres que protagonizam a pesquisa brasileira e revelou novos dados sobre a presença feminina no ambiente acadêmico.
Para dar visibilidade às carreiras dessas mulheres, a organização de mídia Gênero e Número criou o Open Box da Ciência, uma plataforma que identificou 250 mulheres que protagonizam a pesquisa brasileira e revelou novos dados sobre a presença feminina no ambiente acadêmico.
Com o apoio do Instituto Serrapilheira, o projeto lançado nesta quarta-feira (12), em São Paulo, extraiu dados da plataforma Lattes e criou um algoritmo capaz de pontuar pesquisadores e pesquisadoras a partir de alguns critérios. São eles a quantidade de artigos publicados em revistas de impacto (qualis A1, A2 e B1); a ordem de autoria dos artigos; a quantidade de prêmios recebidos e quantas vezes participou ou organizou eventos, congressos, exposições e feiras científicas — além de ter, no mínimo, doutorado.
A plataforma
Com a pontuação em mãos, foram selecionadas as 50 mulheres que obtiveram as maiores pontuações nas áreas de ciências biológicas, ciências exatas e da terra, ciências da saúde, ciências sociais aplicadas e engenharias. Preocupando-se com a representatividade racial, cada área apresenta ao menos cinco cientistas negras e pardas.
A partir de agora, entrevistas e perfis das pesquisadoras estarão disponíveis no site do Open Box da Ciência para divulgar as contribuições de cada uma delas. Em um gráfico interativo organizado por áreas, é possível visualizar quantos prêmios recebidos e artigos publicados possui cada cientista. A plataforma também agrupou os 495 principais papers escritos por elas, qua variam de assuntos relacionados a física, metalurgia, microbiologia, administração, estatística etc.
Além disso, o site apresenta um campo que pode ser preenchido com os dados do seu próprio currículo, para que você tenha uma ideia de onde você está na "escala de protagonismo científico" proposta pela iniciativa.
Dados inéditos
O levantamento também revela novos números sobre a participação das mulheres no ambiente acadêmico. Entre os doutores de engenharia, por exemplo, foi observado que apenas 26% são mulheres. Nas ciências exatas e da terra, elas representam 31%. A única área analisada em que as mulheres são maioria, segundo a plataforma, é nas ciências da saúde, em que equivalem a 56% dos doutores.
Outro dado inédito é que apenas 15% das cientistas que são docentes e pesquisadoras recebem alguma bolsa.
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