No terceiro episódio desta temporada, três mulheres contam como e quando decidiram fazer um aborto
16mar2020
Juliana Reis e a silhueta de Arielle, pelo traço de Caio Borges
Com raras exceções, aborto no Brasil é crime. Isso significa que não basta uma mulher não ter condições emocionais ou financeiras, ou claramente não ter o desejo de ter um filho pra que ela possa interromper a gestação. Nesses contextos ou ela será condenada a uma maternidade compulsória ou, numa possibilidade remota e cada vez mais perigosa, ou vai recorrer a um método clandestino para realizar um aborto.
Foi o que fizeram Juliana Reis e Branca Vianna, as duas há mais de vinte anos, portanto tendo seu crimes já prescritos. Por isso hoje elas podem contar em que contexto tomaram essa decisão e como a veem anos depois.
Foi o que fizeram Juliana Reis e Branca Vianna, as duas há mais de vinte anos, portanto tendo seu crimes já prescritos. Por isso hoje elas podem contar em que contexto tomaram essa decisão e como a veem anos depois.
Mas, além delas, uma terceira mulher participa deste episódio: Arielle* conversou com o Maria Vai Com as Outras dias antes de viajar à Colômbia para fazer um aborto em melhores condições, já que está protegida juridicamente e com menor risco de morte do que se fizesse o procedimento ilegalmente no Brasil. Uma viagem promovida pelo Milhas pela Vida das Mulheres, projeto liderado por Juliana que reúne milhas aéreas doadas por anônimos e dá suporte jurídico a mulheres que querem e precisam realizar um aborto seguro.
Bloco 1 (01:49)
Foi no Facebook que a carioca Juliana Reis manifestou a ideia de ajudar mulheres a fazerem um aborto seguro fora do Brasil. Inspirada por uma reportagem da revista piauí, ela levou um tempo até conseguir angariar apoiadores suficientes pra que o Milhas pela Vida das Mulheres conseguisse ajudar a primeira mulher a sair do país. Para ela, a lei que criminaliza quem interrompe uma gestação indesejada está perto de ser derrubada.
Bloco 2 (24:21)
Arielle conversou com o Maria Vai com as Outras sem que ninguém da equipe soubesse seu nome, sua profissão ou de onde falava. O nome, fictício, foi o mesmo usado pelo Milhas pela Vida das Mulheres no contato para acertar os últimos detalhes da viagem que a levaria à Colômbia, na qual iria se submeter a um aborto em segurança física e sob proteção legal.
RECADO IMPORTANTE:
Caso você ou alguém que você conheça tenha feito um aborto, não conte essa história em público caso ela tenha acontecido há menos de oito anos. É o tempo que leva para o crime prescrever no Brasil.
Links citados no episódio:
Esta é página do projeto Milhas pela Vida das Mulheres.
No canal do YouTube Vozes da Igualdade, a ativista Debora Diniz explica sobre a prescrição do crime de aborto no Brasil e conta outras 52 histórias anônimas de quem passou por isso.
Neste PDF, a ONG Think Olga responde perguntas frequentes que recebe das leitoras sobre aborto.
E aqui você acessa a reportagem da piauí com Rebeca Mendes, citada no programa.
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