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terça-feira, 24 de março de 2020

Zenith Irfan: a paquistanesa que desafiou costumes pelo sonho de ser motociclista

por: Redação Hypeness

Zenith Irfan começou a andar de moto para se conectar com o seu pai, falecido quando ela tinha apenas 10 meses. Hoje, ela desafia estereótipos ao viajar de moto pelo Paquistão.
Embora a sua família seja paquistanesa, Zenith nasceu nos Emirados Árabes, para onde os seus pais haviam se mudado nos anos 60. Quando tinha 12 anos, eles voltaram ao Paquistão e a jovem precisou se adaptar às diferenças culturais entre os dois países.


Segundo contou ao Afar, os costumes em Sharjah, onde vivia nos Emirados Árabes, eram menos conservadores, então foi necessário adaptar-se ao novo contexto.
“Foi nessa época que encontrei fotografias do meu pai viajando em áreas remotas, nas montanhas”, disse ela à publicação. As imagens despertaram o seu interesse e levaram Zenith a questionar quais haviam sido os sonhos e paixões do progenitor.

A sua mãe contou que ele tinha o sonho de viajar pelo mundo de motocicleta, mas nunca pode realizar esse projeto. Então Zenith decidiu que iria se conectar com a memória do pai realizando este desejo.
Andar de moto é algo incomum para mulheres no Paquistão, mas a família da jovem não se opôs em nenhum momento. Seu irmão ensinou ela a andar de moto e, no início, eles usavam o veículo para ir à escola e evitar os altos custos de transporte.

Cerca de dois anos depois, a garota participou de um rali no deserto de Cholistão, no Paquistão. Era a primeira de muitas aventuras que ainda estavam por vir.
Em 2015, junto a seu irmão e um grupo de amigos, Zenith fez uma viagem de moto pelo Khunjerab Pass, que conecta o Paquistão à China. Após a experiência, ela ganhou confiança para cair de vez na estrada, realizando outras viagens solo ou em grupo.

As aventuras são contadas através da página do Facebook “1 Girl 2 Wheels” (“1 Garota, 2 Rodas”, em tradução livre).
Graças à rede social, os passos da jovem paquistanesa são acompanhados por mais de 37 mil seguidores.

Talvez 1% das pessoas me digam que o que estou fazendo não é algo que uma mulher faz ou que sou ocidental. Existem alguns comentários em notícias sobre eu ser uma má influência para as meninas. Mas, do outro lado, recebi milhares de mensagens de pessoas que apoiam, que me dizem que estou mudando suas opiniões e pontos de vista. Estou feliz com os 99%“, comenta.

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