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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Você sabe o que é ser refém emocional?




POLICE OFFICER GUN


A pessoa faz você sofrer e ao fim sente-se culpado? Você tenta desabafar, mas os problemas do outro invadem a conversa e você passa a ser terapeuta? Há uma amizade, ou relacionamento e você é sempre quem procura o outro? É sempre quem está "administrando" o relacionamento? Se não dependesse de você ele já teria acabado? Deixa de dizer o que sente com medo de que o outro o abandone? Permite que o outro tome decisões por você (mesmo que isso o incomode)? Não consegue dizer não? Está sempre à disposição com medo de perder? Então, caros leitores, vocês, assim como eu, estão vivendo um sequestro emocional. Um tipo de violência. Uma violência grave, que nos afeta subjetivamente, nos incapacita para a vida e, ao fim, nos conduz à despersonalização, à inautenticidade.

Não falo como especialista no tema, falo como quem por anos tem vivenciado isso. Falo como quem, por anos tem sido refém de relacionamentos. Refém de amizades. Refém de amores. Refém dos tiramos emocionais. Quero, com este texto analisar as condições de construção desse "sequestro" para que outros, que estejam vivendo semelhantes situações ou venham a vivê-las possam saber o que vivem.

Para tanto é necessário definir: O que é uma situação de "sequestro emocional"? Penso que é a condição em que criam-se entre duas pessoas laços que vão além do afeto, além do carinho, além do relacionamento, e se subjetivizam em correntes emocionais, o constante medo de perder, a constante inferiorização. Ele é melhor que eu. Não posso viver sem ele. O que seria da minha vida sem aquela pessoa? Nesta relação de sequestro um é acorrentado e o outro o " dono das correntes". Não é apenas em relacionamentos amorosos que isso pode acontecer, em amizades também, assim como em empregos. São "sequestros" de distintas naturezas, mas ainda assim sequestros. Violências.

É comum, por exemplo, no mundo LGBT que o gay afeminado, passivo encontre por aí um "boy", na gíria gay, o boy seria o cara másculo, com passibilidade heterossexual ou que se identifique como heterossexual. Cria-se, às vezes, situações de violência, de abuso financeiro, de abuso físico, e, sobretudo, de abuso psíquico. Eu por exemplo, quantas vezes não ouvi: "Quando uma bicha gorda como você vai achar alguém como eu?". E nisso os abusos se mantinham.

Mas qual a postura correta para se libertar dos sequestros emocionais? A primeira delas é mudar a percepção que possui de si mesmo. Quando estamos nessa condição, geralmente, pensamos que não somos bons o suficiente, que não podemos realizar nada pelos nossos próprios esforços. Ouvimos isso a todo instante "Você é um preguiçoso", "Duvido que consiga", ou o implícito e irônico: "tem certeza?" É preciso que percebamos nossas qualidades e que invistamos nelas. Não há outro caminho.

O segundo ponto á a assertividade. Não podemos e não devemos dizer "sim" a tudo! O tirano emocional geralmente nos obrigado, à força de culpabilização a dizer "sim" a todo e qualquer pedido dele. Dizer "sim" vez ou outra, tudo bem. Mas quando deixamos de lado nossas responsabilidades e passamos a viver para agradar alguém, então estamos em um relacionamento sequestro. Somos reféns.

O terceiro ponto, talvez, resida em mudar as perspectivas do que seja amor. Desde cedo aprendemos que amor é posse e difícil de encontrar. Isso é mentira. Há um mundo de experiências para vivenciar, um mundo de pessoas para conhecer.

Por fim, deixo meus votos para que construamos um mundo de laços afetivos. E não de correntes.

Brasil Post

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