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domingo, 23 de novembro de 2014

Inovações devem ser estimuladas e compartilhadas para ajudar crianças em todo o mundo

Adital

Na Colômbia, Isamar Cartagena, 18 anos, inventou em parceria com sua colega de classe Katherine Fernandez, o Vibrasor, um dispositivo para ajudar pessoas com deficiência auditiva a moverem-se com segurança em áreas urbanas movimentadas. Tendo elas próprias deficiência auditiva, Isamar e Katherine vivenciam as dificuldades enfrentadas pela comunidade de surdos nessas áreas. O dispositivo traduz ruídos altos em vibrações e luzes, e é calibrado, especialmente, para responder a frequências sonoras de buzinas de carros e motocicletas. Embora a falta de recursos venha impedindo que passem da etapa de protótipo, prosseguem sua pesquisa, na esperança de continuar a desenvolver o produto.

Esta e outras ideias inovadoras que podem ajudar crianças e adolescentes surgem a todo momento ao redor do mundo e, para evitar que milhões de meninos e meninas não usufruam dos benefícios gerados por essas inovações, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) conclama governos, profissionais do desenvolvimento, empresas, ativistas e comunidades a trabalharem em conjunto para estimularem novas ideias que possam solucionar alguns dos problemas mais prementes, além de encontrarem novas formas de dimensionar as melhores inovações e as mais promissoras em termos locais. 

O alerta consta no relatório inédito lançado por ocasião do 25º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, em 2014. Para o Unicef, conectividade e colaboração podem impulsionar novas redes globais, com o objetivo de alavancar inovações que alcancem todas as crianças. O relatório "Situação Mundial da Infância 2015 – reimagine o futuro: inovação para cada criança” argumenta que inovações – como sais de reidratação oral ou alimentos terapêuticos prontos para consumo – ajudaram a impulsionar mudanças radicais na vida de milhões de crianças ao longo dos últimos 25 anos, e que outros produtos, processos e parcerias inovadores são essenciais para a concretização dos direitos das crianças mais difíceis de alcançar.

O informe, totalmente digital, inclui conteúdo interativo multimídia que convida os leitores a compartilharem suas próprias ideias e inovações, e destaca inovações notáveis que já vêm melhorando a vida das pessoas em grande número de países. "A desigualdade é tão antiga quanto a humanidade, mas a inovação também é – e é a inovação que vem sempre impulsionando os progressos da humanidade", afirma Anthony Lake, diretor executivo do Unicef. "Em nosso mundo cada vez mais conectado, soluções locais podem causar impacto global – beneficiando crianças em todos os países que ainda enfrentam diariamente desigualdade e injustiça". 

"Para que as inovações beneficiem todas as crianças, precisamos ser mais inovadores – repensando como fomentar e estimular novas ideias para solucionar nossos problemas mais antigos", diz Lake. "As melhores soluções para os desafios mais difíceis não virão exclusivamente de cima para baixo. Virão de novas redes de resolução de problemas e de comunidades de inovação, atravessando fronteiras e setores para chegar aos mais difíceis de alcançar – e virão de jovens, de adolescentes e das próprias crianças."

Em 1989, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança. Desde então, grandes progressos têm sido realizados na promoção dos direitos da criança – reduzindo drasticamente o número de crianças que morrem antes de completar 5 anos de idade e ampliando o acesso a educação e a água limpa. 

Entretanto, os direitos de milhões de crianças são violados todos os dias: as crianças pertencentes à parcela dos 20% mais pobres do mundo têm probabilidade duas vezes maior de morrer antes de seu quinto aniversário do que as crianças que fazem parte dos 20% mais ricos; nos países menos desenvolvidos, cerca de uma em cada quatro crianças está engajada em trabalho infantil; e milhões de crianças sofrem, regularmente, discriminação, violência física e sexual, assim como abusos e negligência. 

Brasil 
O Unicef vem priorizando inovações por meio de sua rede composta por mais de 190 países, criando centros de interesse em todas as partes do mundo, incluindo Afeganistão, Chile, Kosovo, Uganda e Zâmbia, para fomentar novas formas de pensar, trabalhar e colaborar com parceiros e para estimulando talentos locais. 

Em seu artigo no relatório Situação Mundial da Infância, a vice-diretora executiva do Unicef, Yoka Brandt, cita o aplicativo para smartphones e tablets Proteja Brasil como um bom exemplo das inovações que vêm aumentando a conscientização da sociedade em relação ao enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes. 

Outra inovação do Brasil apresentada no relatório é o trabalho com a plataforma Vojo, que vem beneficiando comunidades mais vulneráveis, como os quilombolas da Ilha da Maré, Estado da Bahia. O cofundador do Instituto Mídia Étnica, Paulo Rogério Nunes, explica em seu artigo como essa plataforma de código aberto está ajudando muitos adolescentes e jovens que não têm acesso a computadores, smartphones ou tablets a atuarem como "jornalistas cidadãos”, aumentando sua visibilidade e ampliando sua voz. 

Além do app Proteja Brasil e da plataforma Vojo – apresentados no relatório Situação Mundial da Infância 2015 –, outras iniciativas inovadoras vêm ajudando a transformar a vida de crianças e adolescentes no país sul-americano. Desde 2011, o Mapeamento Digital de Riscos Socioambientais Liderado por Adolescentes e Jovens oferece uma oportunidade para que meninas e meninos conheçam melhor o ambiente em que vivem. A tecnologia, desenvolvida pelo PublicLab em parceria com o Unicef, consiste em utilizar um aplicativo de celular que permite registrar fotos georreferenciadas. Para registrar fotos aéreas do bairro, os adolescentes e jovens usam câmeras fotográficas acopladas em uma pipa criada para essa finalidade. 

Thainara Ribeiro, de 15 anos, participou da oficina do Mapeamento Digital em Manaus, Estado do Amazonas, em outubro deste ano, e se empolgou com a ideia de poder mudar muitas coisas em sua comunidade. "Aprendi que, sim, nós os adolescentes podemos ser a grande diferença na nossa sociedade com ideias inovadoras podemos construir um mundo melhor", disse a jovem.


Para acessar o relatório na íntegra (disponível em inglês): http://sowc2015.unicef.org

Para compartilhar suas ideias e inovações: http://sowc2015.unicef.org/your-innovations/

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