Levantar bandeiras é uma escolha que dá resultados
por Thais Fabris / Fundadora da 65 / 10
Entre os vencedores de Grand Prix em Cannes Lions nesse ano, seis cases eram focados em mensagens de empoderamento feminino.
Parece que a publicidade finalmente acordou para a terceira onda do feminismo, que já ganhou a música e a cultura pop há algum tempo.
Além dos prêmios, os resultados das campanhas que apostam em femvertising são visíveis no ponto de venda.
A Dove foi pioneira. Há 10 anos no ar, sua Campanha pela Real Beleza levou as vendas de US$ 2,5 milhões para US$ 4 milhões.
Real Beauty Sketches, o vídeo mais viral de todos os tempos:
O serviço de absorventes por assinatura HelloFlo foi de startup pouco conhecida a US$ 1 milhão em vendas em um ano, tudo graças a divertidos vídeos que dão a real sobre a primeira menstruação.
Sério, assistam, é de morrer de rir:
A American Eagle deixou de retocar as imagens das modelos de sua linha de lingerie desde janeiro. O resultado? As vendas subiram 9% nos últimos 3 meses.
EM UM MERCADO EM QUE AS MULHERES MOVIMENTAM R$ 1 TRILHÃO, 65% DELAS NÃO SE IDENTIFICAM COM A FORMA COMO SÃO RETRATADAS NA PUBLICIDADE
No Brasil, as marcas ainda estão patinando neste território.
Aconteceu isso com a Always que, depois do sucesso da campanha Like a Girl no exterior, foi criticada por abordar o tema do revenge porn em uma campanha no Brasil.
Por outro lado, as marcas de beleza têm brilhado no femvertising por aqui. Para a Avon, por exemplo, empoderamento é um território verdadeiro. Por isso sua campanha para o Dia das Mulheres falando sobre violência doméstica foi muito bem recebida.
Uma mulher morre a cada 90 minutos vítima de feminicídio no Brasil: dar flores no Dia da Mulher soa até irônico, né?
Levantar as bandeiras da causa feminista é uma escolha que está provando dar resultados. Optar por esse caminho posiciona as marcas de forma contemporânea e alinhada com a pauta das conversas e o pensamento dos consumidores.
Muitos consideram o território arriscado. Mas em um mercado em que as mulheres movimentam R$ 1 trilhão e 65% delas não se identificam com a forma como são retratadas na publicidade, parece que arriscado mesmo é investir nas velhas fórmulas.
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