O maior festival brasileiro de animação acontece no Rio e em SP de 10 a 23 de julho
Camila Moraes São Paulo 10 JUL 2015
Crianças e adultos já podem se programar: começa no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 10 de julho, o 23º Anima Mundi – o maior festival brasileiro de animação –, que depois de ficar até dia 15 na capital fluminense, aterrissa em São Paulo (de 17 a 23 de julho). Não é comum que esses dois públicos compartilhem tão bem um passeio, mas no cinema animado cabe diversão e reflexão à igual medida – ainda mais com os 450 títulos selecionados nesta edição.
Ao lado de Song of the Sea, indicado ao último Oscar de longa-metragem de animação, o filme mais pop deste ano é O Pequeno Príncipe, adaptado do clássico de Saint-Exupéry, que pela primeira vez passa à telona em formato animado. Dirigida pelo americano Mark Osborne (realizador de Kung Fu Panda e de alguns episódios de Bob Esponja na TV), a produção custou mais de 80 milhões de dólares e foi lançada no Festival de Cannes, em maio. Apesar de ser uma coprodução entre França e Itália, é falada em inglês – da dublagem estrelada, participaram Jeff Bridges, James Franco, Benicio Del Toro e Rachel McAdams. E, como no livro original, O Pequeno Príncipe promete encantar crianças e instigar adultos também.
Mais na mira dos mais velhos está Rocks in my pockets, de Signe Baumane, da Letônia. Trata-se do primeiro longa-metragem de uma diretora que, depois de se aventurar em 15 curtas de animação, decidiu abordar sua luta contra a depressão em um filme animado. Animado, inclusive, do ponto de vista da experiência do espectador, que por mais que se encontre com um tema espinhoso, faz uma viagem pela mente humana sempre cercado de humor e ironia. Rocks in my pockets integra o Programa Especial Galeria do Anima Mundi, dedicado aos trabalhos mais experimentais, e lembra Divertida Mente, longa da Pixar que dá sentimentos aos sentimentos humanos e, muito elogiado também em Cannes, está em cartaz em salas brasileiras.
As crianças irão se deliciar com Nautilus - A primeira aventura de Colombo, do brasileiro Rodrigo Gava, o único longa-metragem nacional do evento. A história tem como personagens centrais o jovem Cristóvão Colombo e seus amigos Leo da Vinci e Monalisa, que viajam à ilha de Hi Brazil, que esconde tesouros cobiçados por todos os piratas, para salvar a família de Colombo da falência. Para chegar lá, eles primeiro terão de enfrentar a fera Nautilus. Talvez os pais se interessem em saber que a dublagem foi feita pelo ator José Wilker, morto em 2014.
O Anima Mundi é a casa dos talentos brasileiros de animação, gênero que cresce no país a cada ano. Sendo assim, não faltarão opções faladas em português para ninguém – como o curta Até a China, dirigido por um dos diretores mais celebrados no Brasil, Marcelo Morão, que conta nesse divertido filme desenhado a lápis, em P&B, como viajou ao coração da civilização chinesa para participar de um festival de cinema. Vale lembrar que, nas sessões para crianças menores de oito anos, os filmes estrangeiros serão exibidos em versão dublada.
Na parte da programação dedicada ao presente e ao futuro da indústria, o destaque vai para o Animaforum, mercado audiovisual que completa 10 anos em 2015, indo adiante com seu propósito de conectar profissionais e fomentar produções. Das sessões de papos com grandes nomes da animação mundial, participa desta vez – e pela primeira vez – um estúdio brasileiro, o Birdo, dos animadores Luciana Eguti e Pablo Muppet, que falarão sobre o processo de criação e desenvolvimento das mascotes dos Jogos Olímpicos de 2016. Os outros convidados do ano são o mexicano Jorge Gutierrez, diretor do aclamado ‘Festa no Céu’, o americano Steve Hickner e o francês Bastien Dubois.
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