Atualmente, cerca de 48% dos jogadores no mundo todo são do sexo feminino, de acordo com relatório da Entertainment Software Association de 2014. Mas apenas cerca de 11% dos designers da indústria do games são mulheres. Para Laila Shabir, uma desenvolvedora americana que já estava cansada de ser a única mulher em sua equipe em um estúdio de jogos, essa disparidade de representação feminina é um indicativo de um ciclo auto-sustentável dentro da indústria de games e para mudar esse quadro, ela decidiu criar o “Girls Make Games“. O projeto é formado por uma série de acampamentos de férias internacionais, workshops e game jams que tem como objetivo inspirar a próxima geração de designers, criadoras e engenheiras. A equipe se empenha em proporcionar as alunas o acesso ao conhecimento através de jogos, programas e workshops.
Segundo Laila Shabir: “Os jogos que estão sendo feitos tem forte apelo para meninos, para que os meninos joguem mais e, em seguida, eles crescem fazendo jogos. Eles também são os únicos que acabam fazendo jogos femininos para meninas. É um ciclo que precisamos quebrar. As estudantes universitárias têm me dito o quanto é sufocante estar em uma sala de aula cheia de meninos e que elas precisam de mais vozes para criar projetos mais interessantes. Para tornar um ambiente melhor para todos, é importante dispor de opiniões diferentes sobre assuntos diferentes.”
Criado em 2014, o projeto foi um sucesso e agora tem por objetivo ensinar 1 milhão de garotas a como desenvolver, programar e criar jogos até o ano de 2020. Nos acampamentos do “Girls Make Games” diversas áreas da indústria de jogos são abordadas, além de grupos de discussões com profissionais da indústria e oficinas sobre animação, board game design, engenharia de áudio etc. Um dos pontos mais legais disso tudo é que a criadora do projeto quer se certificar de que as meninas de diferentes origens socioeconômicas tenham a oportunidade de participar dos acampamentos – ela quer levar o projeto para bairros, cidades e escolas de menor renda para alcançar o maior número de meninas possível.
“Era para ser uma pequena oficina em nosso quintal”, disse Shabir sobre o começo do projeto em uma entrevista ao site Polygon. “O projeto se transformou e alcançou 14 localidades internacionais em apenas alguns meses. Cerca de 75% dos nossos alunos estavam em alguma forma de uma bolsa de estudos. Nós seguiremos o mesmo modelo para todos os nossos campos.”
Quando as meninas do “Girls Make Games” começaram o projeto, nenhuma delas sabia que elas acabariam no Kickstarter, não tinham qualquer ideia de que teriam tamanha visibilidade online, tudo o que sabiam era que elas queriam aprender e ensinar a fazer jogos. As garotas hoje entram nos acampamentos com um amor por videogames e saem de lá com conhecimento do processo de desenvolvimento criativo de jogos. Shabir está agora se movendo o mais rápido que pode para preencher essa imensa necessidade que ela descobriu das meninas de obter conhecimento em programação e design de jogos.
“Meu primeiro objetivo depois dos acampamentos de verão é estruturar e seguir uma rota sem fins lucrativos e em sociedade com algumas grandes empresas que têm ligação com a gente. Nós ouvimos a Ubisoft. Ouvimos Rovio. Ouvimos a Blizzard. Todas estas empresas de jogos grandes querem promover isso. Eu acho que ter esses parceiros estratégicos e depois também os educadores, incluindo grandes escolas ou distritos escolares em grandes cidades diferentes, nos permitiria chegar aos bairros de menor renda também.” Afirma Laila Shabir sobre o futuro do “Girls Make Games“.
Iniciativas como esta vão pouco a pouco promovendo uma silenciosa porém imensa e significativa mudança em busca de um mercado de jogos mais justo para as mulheres. Ao dar oportunidade e voz a jovens game designers, o “Girls Make Games” está escrevendo um futuro melhor para estas meninas e para todas as jogadoras que prezam por games que representem de forma mais igualitária a figura feminina, além de plantar a semente de um mercado de trabalho mais amplo e justo para todos.
Se você curtiu o projeto, é possível apoiar por aqui o “Girls Make Games“, para saber mais sobre os próximos passos dessa maravilhosa empreitada, você encontra informações no site, Facebook ou Twitter do “Girls Make Games“. E se você gostou desse post, deixe um comentário, compartilhe ou curta para a gente saber que ao abordar o tema da participação feminina nos games também estamos no caminho certo.
Marketing & Games
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