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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Como Carrie Fisher ajudou a mudar a forma como Hollywood trata as mulheres

  • Juliana Domingos de Lima
  •  
    27 Dez 2016

    Atriz que morreu nesta terça-feira (27) ganhou a fama interpretando a Princesa Leia, de Star Wars. Mas seu legado é muito maior

    A atriz e roteirista americana Carrie Fisher morreu na manhã desta terça-feira (27), após ter sofrido um ataque cardíaco durante um voo quatro dias antes. Fisher tinha 60 anos.

    A artista é lembrada principalmente pela Princesa Leia de “Star Wars”, papel que interpretou pela primeira vez em 1977 no  filme de estreia da série. A Leia de Fisher volta às telas em 2017, no episódio VIII , atualmente em fase de pós-produção.

    A princesa estelar de George Lucas é um emblema de sua carreira. Mas  Fisher também atuou significativamente como escritora e roteirista a partir dos anos 1980. E foi personagem fundamental no fortalecimento das mulheres na indústria do cinema.

    O impacto de Carrie Fisher para as mulheres de Hollywood

    ATUOU COMO CONSULTORA DE ROTEIRO

    Em uma época em que o cargo de roteirista de cinema era (ainda mais) dominado por homens, Fisher atuou como “script doctor” - o profissional consultado para identificar problemas e propor soluções para o roteiro de um filme. Segundo o site “Vox”, ela foi chamada muitas vezes para reescrever os diálogos de personages femininas: uma espécie de coaching feminista de Hollywood para filmes como “Máquina Mortífera 3” (1992) e “Afinado no Amor” (1998).

    ENCARNOU LEIA, A “FEMINISTA DA QUARTA DIMENSÃO”

    Em um mundo em que a fantasia e a ficção científica eram, ao menos no século 20, majoritariamente escritas e consumidas por homens, Leia se tornou um ícone feminista: a personagem saiu do arquétipo da dama em perigo e criou uma heroína atuante e combativa. Mas Fisher sabia que, naquela Hollywood, só era permitido ser uma feminista ancorada pela fantasia:

    “Filmes são sonhos! E atuam em você subliminarmente. Você pode interpretar uma Leia capaz, independente, sensata, uma combatente, uma lutadora, uma mulher no controle (...) Mas você só pode retratar uma mulher que é uma líder e que supera todo o preconceito contra as mulheres se você a fizer viajar no tempo, se adicionar uma qualidade mágica, se você estiver lidando com termos de contos de fada”

    Carrie Fisher Em entrevista à revista “Rolling Stone” concedida em 1983, na ocasião do lançamento do filme “O Retorno de Jedi”

    FEZ UM APELO PARA QUE ESPECTADORES PARASSEM DE DEBATER SE ELA TINHA OU NÃO “ENVELHECIDO BEM”

    Fisher respondeu às críticas a sua aparência em “Star Wars: O Despertar da Força” (2015) em sua conta no Twitter, dizendo que seu corpo não é nada mais que o saco que carrega seu cérebro.  Atrizes são muito mais policiadas por sua aparência e seu envelhecimento na indústria cinematográfica.

    A carreira de Carrie Fisher

    A estreia de Fisher no cinema aconteceu dois anos antes de “Star Wars” - foi em 1975, com o filme “Shampoo”, de Hal Ashby. A atriz tinha pouco mais de 18 anos.

    Logo em seguida, a franquia de George Lucas a fez ficar famosa, mas ela seguiu um caminho próprio, que não priorizou o estrelato.

    Firmou-se como escritora e roteirista - roteirizou, além de outros trabalhos para televisão, episódios da série “O Jovem Indiana Jones” e o filme “Wishful Drinking”, baseado em um livro escrito por ela própria -,  continuou na ativa como atriz e foi ativista no campo da  saúde mental e da dependência de drogas.

    As causas de Carrie Fisher estavam diretamente ligadas a sua trajetória: ela sofria de transtorno bipolar e lutou contra o vício em cocaína e medicamentos.

    As adversidades se tornaram matéria de seus escritos: Fisher lançou o livro de memórias “The Princess Diarist”, em 2016, sobre como o enfrentamento dessas condições clínicas moldaram quem ela foi e “Wishful Drinking”, também autobiográfico, publicado em 2008 e adaptado para a TV pela HBO em 2010.

    Em abril de 2016, Fisher foi premiada pela Universidade de Harvard com o “Lifetime Achievement in Cultural Humanism” um prêmio honorário concebido a personalidades que, na avaliação da instituição, construíram um legado humanista de peso.

    “Seu ativismo franco e sem rodeios sobre vício, doença mental e agnosticismo fizeram com que o debate público sobre essas questões avançassem de forma criativa e empática”, justificou a instituição.

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