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sábado, 24 de dezembro de 2016

Homens não choram? Se “não”, isso poderia levar ao suicídio

Essa é a mensagem de uma campanha australiana (sucesso na internet) que incentiva eles a expressar os próprios sentimentos

Por Talissa Monteiro
13 dez 2016

A organização australiana Man Up decidiu debater o suicídio masculino, principal causa de morte entre homens de 15 a 44 anos no país, por meio de vídeos que tentaram encontrar as razões por trás de tal atitude drástica. O terceiro episódio da série, que incentivou os homens a expressarem os seus sentimentos (chorando, por exemplo), viralizou e levantou, na internet, a discussão sobre a saúde mental masculina.



No mundo, o número de homens que tiram a própria vida é o triplo das mulheres: 16.8 mortes a cada 100 mil pessoas no primeiro grupo, diante 5,2 no segundo. No Brasil, segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV),  a porcentagem é de 78,6% para 21,9%. Para a psicóloga especialista em prevenção do suicídio Karen Scavacini, uma das razões para a diferença é a cobrança social pela masculinidade.

Os métodos usados por homens também são mais letais: “No Brasil, o enforcamento é a principal forma de suicídio, para ambos os sexos. Mas, enquanto as mulheres costumam ter a ingestão de medicamentos como segundo método mais utilizado, os homens recorrem às armas de fogo. Eles costumam optar por caminhos mais definitivos”, afirmou a psicóloga, em entrevista a este blog.

Problemas como dificuldade financeira e estresse no trabalho são causas que levam os homens ao ato. Segundo Karen, no entanto, a origem está na pressão que eles sentem para estarem sempre no papel de provedor, somado à dificuldade de expressar os próprios sentimentos (tema do vídeo da organização australiana). “É preciso rever o papel social do homem e incentivar que ele fale o que sente”, refletiu Karen.

Amigos e familiares podem ajudar na prevenção quando reconhecerem os sinais de depressão. Alguns deles são a fadiga exagerada, dores no estômago e na coluna, falta de concentração, abuso de álcool e drogas, disfunção sexual, além de irritação e agressividade. “Se o homem não procura ajuda, as pessoas próximas podem tomar a iniciativa. Muitas vezes, o indivíduo tem dificuldade em dar o primeiro passo”, concluiu a psicóloga.

Os países mais felizes têm as taxas mais altas

Um paradoxo acompanha os países com as melhores taxas econômicas e sociais: eles são mais felizes, mas também têm as mais altas taxas de suicídio. Na região nórdica, que aparece na frente em termos de desenvolvimento humano, o problema desponta como a segunda causa de morte entre os jovens. Assim como na Austrália, os homens são a maioria. A cada vinte que comentem suicídio, onze são do sexo masculino.

Um estudo de universidades inglesas e americanas mostrou que os estados considerados “mais felizes” nos EUA também estão na frente em termos de suicídio. Utah, por exemplo, tem o maior nível de satisfação, mas está na nona posição no ranking de suicídio. Nova York, que aparece na 45º posição em felicidade, aparece em último lugar no segundo quesito. A pesquisa não chegou a nenhuma conclusão definitiva, mas arrisca: a comparação com outros conterrâneos, que dizem estar muito felizes, poderia levar alguns a tirar suas vidas.

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