Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

sábado, 28 de janeiro de 2017

Como é o teste que se propõe a identificar preconceitos inconscientes

  • André Cabette Fábio
  •  
    20 Jan 2017

    Baseado em pesquisas das universidades de Harvard, Yale, Washington e Virgínia, quiz avalia reações quanto a grupos como homossexuais, trans, gordos, mulheres e negros

    Mesmo os maiores defensores da igualdade entre raças ou gêneros podem, inconscientemente, associar mulheres a trabalhos domésticos e negros a trabalhos mal remunerados.

    Em um artigo sobre o tema publicado no blog do Fórum Econômico Mundial, a psicóloga Magdalena Zawisa, professora de psicologia na Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, afirmou que “a natureza de nossos processo de cognição e pensamento significa que todos nós somos vulneráveis a vários preconceitos inconscientes e todos nós podemos estar sujeitos a eles”.

    Segundo a pesquisadora, estar ciente desse preconceito internalizado pode ajudar a lidar com ele.

    Criado em 1998 por pesquisadores das universidades de Harvard, Washington e Virgínia, o Projeto Implícito desenvolveu uma ferramenta que permite a qualquer um testar on-line a força de associações entre grupos de pessoas, como negros, gays ou gordos a avaliações sobre eles, como “belo”, “feio”, “preguiçoso”, “terrível”, ou a estereótipos, como “desastrado” ou “atlético”.

    O teste pode ser feito por qualquer um, mas está disponível apenas em inglês - clique aqui para realizá-lo.

    A ideia central é que pessoas que possuem uma avaliação negativa sobre um grupo têm mais facilidade e agilidade em pressionar as teclas corretas para associá-lo a conceitos negativos quando o teste pede que isso seja feito de forma rápida.

    Por exemplo, o teste pode pedir que se associe “pessoas gordas” a conceitos como “feio”, “mau” ou “preguiçoso”. Quem possui essa avaliação negativa inconsciente realiza essa tarefa de forma mais rápida e precisa, indicando seu preconceito.

    Quando o teste pede que se associe esse grupo a conceitos positivos e o participante tem dificuldade, demora e erra mais, revela as associações negativas que faz em relação a ele.

    O que fazer em relação ao preconceito?

    Segundo o próprio Projeto Implícito, não há muitas evidências científicas que apontem formas comprovadas de se superar as próprias associações implícitas - ou preconceitos. Mas isso não significa que não há nada que possa ser feito em relação ao tema.

    A sugestão é que pessoas que compreendem suas próprias tendências evitem se colocar em situações em que possam exercê-las contra alguém. Isso pode ser feito de forma imediata, por exemplo, se abstendo de participar do júri de pessoas de determinada cor, no caso de quem tem uma visão negativa implícita em relação a ela.

    Recrutadores de emprego que realizam associações negativas contra determinado gênero podem pedir que os participantes não incluam fotos e apaguem as referências a ele nos currículos enviados.

    É claro, no entanto, que esse tipo de medida não basta para superar as desigualdades que geram esse tipo de associação implícita. Magdalena Zawisza lembra que o “enviesamento inconsciente [“unconscious bias”] tem suas raízes no mundo social em que vivemos”. Ou seja, aprendemos a realizar associações entre um grupo populacional e determinados papéis e características com base na sociedade que nos rodeia, em que há mais mulheres donas de casa do que homens e mais acadêmicos brancos do que negros, por exemplo.

    Falando especificamente sobre a questão de gênero, a pesquisadora sugere que deve-se buscar formas de fazer com que mulheres e homens ocupem igualmente os mesmos tipos de funções.

    Para ela “uma vez que todos os médicos, motoristas, babás e líderes mundiais estiverem igualmente divididos entre os gêneros masculino e feminino” e essa igualdade estiver bem representada na mídia e em outros locais, as associações que fazemos a cada gênero serão mais igualitárias - e o preconceito, menor.


    Nenhum comentário:

    Postar um comentário