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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

“Radical Monarchs”: o grupo de meninas feministas que luta pelas negras e outras minorias

“Radical Monarchs”: o grupo de meninas feministas que lutam pelas negras na Califórnia (Foto: Reprodução Instagram)

Com idade entre 8 e 12 anos, elas vestem uniforme de combatente e se definem como radicais na luta por mais justiça social. Além de se voltarem aos direitos das mulheres negras, elas marcham pelas deficientes físicas, contra a transfobia e por mudanças nos padrões de beleza

18.01.2017 | POR REDAÇÃO MARIE CLAIRE

As crescentes discussões e marchas pelos direitos das mulheres têm influenciado cada vez mais meninas ao redor do mundo. Este é o caso do grupo intitulado “Radical Monarchs”, formado por meninas norte-americanas que lutam principalmente pelos direitos das mulheres negras.

Com idades entre 8 e 12 anos, vestidas de boina e uniforme, elas estendem também suas discussões a questões voltadas aos direitos humanos, técnicas de autodefesa, mais justiça a pessoas com deficiência, transfobia e padrões de beleza. Tudo resumido em um compromisso fundamental: a luta por mais justiça social.

O grupo foi fundado em 2014, em Oakland, na Califórnia, por duas mães, Marilyn Hollinquest e Anayvette Martinez, que buscaram uma organização alternativa onde suas crianças pudessem falar específica e exclusivamente de suas experiências enquanto meninas negras, com uma abordagem “feminista radical”.
Black Lives Matter é um dos movimentos que inspiram as “Radical Monarchs” (Foto: Reprodução Instagram)


“’Radical Monarchs’ existe por conta de uma necessidade de inclusão e de centralizar discursos e histórias radicais de mulheres negras”, disse Martinez ao Buzzfeed. “Fomos inspiradas pelos legados criados e deixados por outros movimentos [Black Lives Matter, Brown Beret e Black Panther] e pelo desejo de criar mais espaços voltados às jovens negras. Queremos capacitar e nutrir suas forças. Nestes tempos difíceis, espaços como esses são raros, porém, necessários. Por isso, devem ser celebrados”, diz a descrição do grupo em seu site oficial.

Enquanto alguns críticos acusam o grupo de “lavagem cerebral de crianças e segregação desnecessária”, Hollinquest e Anayvette dizem que a organização existe não para doutrinar meninas, mas ajudá-las a pensar diferente, desafiando as regras e suposições estabelecidas pela mídia em torno de questões de raça, beleza e gênero.
Elas vestem boina e uniforme, e lutam pelos direitos das mulheres negras (Foto: Reprodução Instagram)


Em um documentário feito pelo The Guardian, as responsáveis esclarecem também o motivo de terem optado pela palavra “radical”. “Para mim, radical significa fora da caixa, nadar contra a corrente”, explica Martinez. “Significa não temer, ser forte, ter poder”, acrescenta Lupita, uma das integrantes do grupo.

Além de voluntários, o grupo está sempre aberto a novos membros por meio de um cadastro disponibilizado em seu site oficial e pretende expandir suas atividades criando outras mini organizações com novos líderes. Uma nova “tropa” está prevista para ser formada no próximo ano.

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