Turismo de BH será fortalecido em prol da infância
A Associação Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte (Amas), em parceria com a prefeitura da cidade e o Comitê Executivo Municipal da Copa do Mundo lançaram no dia 18/12 a segunda fase do projeto BH Turismo: Infância Protegida, que será implementado na capital mineira com o apoio da Childhood Brasil.
O projeto tem como objetivo geral desenvolver ações na prevenção à violência sexual contra crianças e adolescentes no âmbito do turismo no município de Belo Horizonte (MG), por meio do repasse da tecnologia social produzida pela Childhood Brasil e implementada em Pernambuco. “O projeto prevê uma ação integrada de formação junto aos atores estratégicos do Sistema de Garantia de Direitos e do setor turístico”, explica Gorete Vasconcelos, coordenadora de Programas da Childhood Brasil. Com o projeto, empresas do setor turístico e da área de segurança pública e transporte serão mobilizadas para a adoção de procedimentos e de ações de proteção de crianças e de adolescentes contra a exploração sexual.
Gorete ressalta que o setor empresarial é um ator estratégico quando se pensa na proteção da infância. “O empreendimento deve estar capacitado para a percepção das possíveis situações de exploração sexual de crianças e adolescentes e se sentir comprometido a denunciar ou se articular a órgãos responsáveis pela proteção e responsabilização”, afirma.
Como parte do projeto e tendo como foco a Copa do Mundo, uma campanha de enfrentamento a esse tipo de violência já vem sendo realizada desde 2011, em Belo Horizonte. De acordo com Célia Nahas do Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes no Território Nacional (PAIR BH/AMAS), faltava a adesão do setor turístico à causa. “O evento de lançamento do projeto tem como objetivo não apenas divulgar a proposta para os diversos setores ligados ao turismo, mas também de mostrar a importância do envolvimento do setor privado na causa da proteção à infância e à adolescência”, afirma Célia. Um dos cases apresentados no evento de lançamento do BH Turismo: Infância Protegida foi o da Rede Atlântica de Hotéis, que desenvolve ações de prevenção à exploração sexual em parceria com a Childhood Brasil desde 2005.
Para orientar os profissionais do turismo, foram lançados Manuais de Boas Práticas, produzidos e direcionados a diferentes segmentos, como agências de viagem, bares e restaurantes, além do setor de transportes e segurança.
O setor de turismo
O turismo no Brasil é uma atividade econômica importante em várias regiões. Ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento econômico das localidades, também é um fator que pode contribuir para o aumento da vulnerabilidade das comunidades do entorno dos empreendimentos turísticos, expondo crianças e adolescentes a situações de exploração sexual.
Gorete explica que o desenvolvimento sustentável de uma localidade está diametralmente articulado ao bem-estar de sua população. No entanto, a exploração sexual de crianças e de adolescentes tem sido uma prática comum, sobretudo nas regiões de maior fluxo turístico, seja ele de lazer, de negócios ou de eventos.
“O setor empresarial compõe a rede social e se constitui como ator estratégico quando se pensa na proteção de crianças e adolescentes”, diz Gorete. Sua ação pode se dar em vários níveis, ressalta.
Mas como o setor do turismo pode contribuir para a proteção da infância? A Childhood Brasil, por exemplo, trabalha com o setor para estimular a adoção de condutas éticas no turismo. Com este compromisso, o mesmo passa a implementar processos de prevenção, como a formação de seus colaboradores, a elaboração e a distribuição de material para seus clientes, a realização de campanhas internas com seus colaboradores e a inserção de cláusula de proteção à infância em seus contratos de prestação de serviços.
Além dessas práticas, acima de tudo, o empreendimento deve estar capacitado para a percepção das possíveis situações de exploração sexual de crianças e adolescentes e se sentir comprometido a denunciar ou se articular a órgãos responsáveis pela proteção e responsabilização.
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