Ministra Cármen Lúcia afirmou que viver em paz é um direito, porém há medo nos dias atuais(Foto: wagmar Alves) |
15/06/2015
A vice-presidente do supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha proferiu, ontem, palestra no Teatro da PUC Goiás. Para discutir sobre violência a ministra discursou em conferência magna Justiça pela paz em casa – Os desafios da superação da violência contra a mulher.
Cármen Lúcia disse que o STF está trabalhando em todos os Tribunais de Justiça do país devido aos elevados números da violência contra a mulher no Brasil. “Eles podem aplicar a lei, mas mudar essa realidade depende de algo maior, da parceria com instituições que têm em sua essência essa função social, como a universidade”.
Coordenadora nacional da campanha Justiça pela Paz em Casa, a ministra propõe uma articulação entre o Judiciário e as universidades para trabalhar o tema, em um movimento “para que a sociedade reverta esse quadro”. “Viver em paz é um direito. No entanto, vivemos em uma sociedade onde muitas mulheres vão dormir com medo do próprio marido. Onde, até pouco tempo atrás, agredir e matar a mulher era mais que aceitável, era questão de honra”, refletiu.
O reitor da PUC Goiás e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Wolmir Amado, destacou a importância da aproximação proposta pela ministra Cármen Lúcia. “É uma alegria muito grande receber um grande trabalho como esse, que traz a parceria com universidades para desencadear em ações educativas e em ações pela cultura da paz”, disse. Wolmir ainda destacou que, por meio do Crub, mais universidades devem integrar o projeto já neste ano.
Antes do evento, a coordenadora do Programa Interdisciplinar da Mulher, Estudos e Pesquisas (Pimep) da PUC Goiás, Gabriella Assumpção Alvarenga, entregou para a ministra o livro As Políticas Públicas em Goiás na Efetivação da Lei Maria da Penha (Editora PUC Goiás), que traz um diagnóstico da violência contra a mulher no estado por meio de intensa pesquisa qualitativa em mais de 50 instituições e entrevistas com vítimas. “Acreditamos que a universidade pode ter um papel importantíssimo no fortalecimento da rede de atendimento. Por meio da pesquisa, percebemos que ainda existe uma falha na comunicação entre instituições”, constatou. Outro ponto defendido pela pesquisadora é que ações da universidade podem conscientizar a população, gerando empoderamento para as mulheres.
Também presente, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Leobino Valente Chaves, destacou a ação do TJGO, que foi pioneiro ao criar equipes para julgar esses casos com mais rapidez. Ele ainda definiu a ação conjunta com a universidade como fundamental, fortalecendo também a formação e ações educativas. Políticos, representantes dos governos estadual e municipal e do terceiro setor também participaram do evento.
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