Tecnologia pode beneficiar pesquisas sobre câncer de mama
12/06/2015 / por Luciana Galastri
São registrados mais de 1,5 milhão de casos de câncer de mama todos os anos - só no Brasil são cerca de 57 mil. E, apesar dos avanços nos tratamentos, há tipos dessa doença que ainda permanecem incuráveis - mas um experimento inusitado pode facilitar a vida de pesquisadores. Pesquisadores do Helmholtz Center de Munique foram capazes de criar 'mini-seios' - estruturas organoides, tridimensionais que simulam o desenvolvimento e função normal de uma mama, tudo isso através de células das próprias pacientes.
Os cientistas, liderados pela médica Christina Scheel, desenvolveram uma cultura em uma placa de petri com células epiteliais humanas e as reorganizaram em um tecido tridimensional na arquitetura da glândula mamária. Para isso, foi usado um gel transparente. Nele as células se desenvolveram em uma estrutura similar a um cacho de uva, processo similar ao que acontece na puberdade feminina.
Mas por que ter esse modelo é importante?
Durante os anos de fertilidade da mulher, a glândula mamária é remodelada constantemente para garantir a produção de leite, mesmo depois de várias gestações. E, apesar de os cientistas não compreenderem exatamente toda essa movimentação, sabe-se que ela requer a presença de células com capacidade regenerativa: células-tronco. Também sabe-se que células do câncer de mama adquirem propriedades das células-tronco para tornarem-se mais agressivas. Então se compreendermos como as células-tronco mamárias se formam, podemos prever como elas podem se tornar cancerígenas.
Algumas ideias já foram formadas nos primeiros estudos com o modelo - por exemplo, foi percebido que o meio com que as células se formam pode determinar seu comportamento. Quanto mais rígido o gel usado na cultura, maior foi o crescimento invasivo das células - similar às cancerígenas. Ou seja: rigidez física pode modificar o processo normal de movimentação da mama, tornando o crescimento de tumores mais provável.
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