26 de junho de 2015
A Constituição americana garante o direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Por 5 votos a 4, a Suprema Corte dos EUA decidiu nessa sexta-feira (26/5) que o casamento gay é um direito fundamental. Com isso, os Estados Unidos se tornam o 21º país a legalizar o casamento gay, de acordo com o Washington Post.
A decisão é válida para todos os 50 estados americanos. Porém, levará algum tempo para ser implementada nos estados resistentes: os 13 estados que proíbem o casamento gay em suas constituições ou em leis estaduais. Dos estados americanos, 37 e o Distrito de Colúmbia já haviam aprovado o casamento gay: 26 por decisão judicial, oito por lei estadual e três por voto popular.
A questão perante a Suprema Corte, era se os dispositivos das Constituições ou leis dos 13 estados que proibiam o casamento gay violavam a 14ª Emenda da Constituição dos EUA. Essa emenda é a que garante a todos os cidadãos direitos iguais perante a lei, entre outras garantias individuais. Ela foi aprovada para finalizar o processo de libertação dos escravos.
Voto celebrado
Depois de anunciada a decisão, gays e lésbicas que acompanharam a seção da Suprema Corte do lado de fora, comemoraram e prometeram que o voto do juiz Anthony Kennedy, que foi o relator da decisão da maioria, será lido em todos os casamentos gays, daqui para a frente, de acordo com o International Business Times.
Depois de anunciada a decisão, gays e lésbicas que acompanharam a seção da Suprema Corte do lado de fora, comemoraram e prometeram que o voto do juiz Anthony Kennedy, que foi o relator da decisão da maioria, será lido em todos os casamentos gays, daqui para a frente, de acordo com o International Business Times.
A posição do juiz Anthony Kennedy de certa forma era prevista, como explicou notícia da ConJur de 27 de abril deste ano. Dos nove juízes da corte, quatro dos cinco juízes conservadores iriam votar contra o casamento gay e os quatro juízes liberais iriam votar a favor.
Anthony Kennedy, o voto de Minerva em inúmeras decisões da corte, deveria votar a favor, porque já favorecera o casamento entre pessoas do mesmo sexo em duas decisões anteriores. A única dúvida era a de que o juiz também é fortemente favorável à autonomia dos estados.
Mas o juiz não só votou a favor do casamento gay, como foi o autor do voto da maioria. Embora a decisão tenha sido motivo de muita celebração entre os homossexuais americanos, não foi propriamente uma surpresa, segundo a CNN.
No voto de 32 páginas, que assinou em nome da maioria, Kennedy escreveu que “a Corte decide agora que os casais do mesmo sexo podem exercer o direito fundamental ao casamento. Essa liberdade não lhes pode ser mais negada”.
“Nenhuma união é mais profunda do que o casamento, porque ele incorpora os mais altos ideais do amor, da devoção, do sacrifício e da família. Ao formalizar uma união conjugal, duas pessoas se tornam algo maior do que eram antes. Como alguns dos demandantes demonstraram nesse caso, o casamento incorpora um amor que pode perdurar mesmo após a morte. Seria um mal entendimento, para esses homens e mulheres, dizer que eles desrespeitam a ideia do casamento. Seu pleito é o de que eles respeitam o casamento e o respeito tão profundamente que procuram encontrar satisfação para si mesmos. A esperança é a de que não sejam condenados a viver em solidão, excluídos das mais antigas instituições da civilização. Eles pedem por dignidade igual aos olhos da lei. A Constituição garante a eles esse direito”, escreveu o juiz Kennedy.
Países que já legalizaram o casamento gay, de acordo com o Washington Post:
— Holanda, 2001;
— Bélgica, 2003;
— Canadá, 2005;
— Espanha, 2005;
— África do Sul, 2006;
— Noruega, 2009;
— Suécia, 2009;
— Portugal, 2010;
— Argentina, 2010;
— Islândia, 2010;
— Dinamarca, 2012;
— Brasil, 2013;
— Inglaterra, 2013;
— França, 2013;
— Nova Zelândia, 2013;
— Uruguai, 2013;
— Luxemburgo, 2014;
— Escócia, 2014;
— República da Irlanda, 2015;
— México, 2015;
— Estados Unidos, 2015;
— Bélgica, 2003;
— Canadá, 2005;
— Espanha, 2005;
— África do Sul, 2006;
— Noruega, 2009;
— Suécia, 2009;
— Portugal, 2010;
— Argentina, 2010;
— Islândia, 2010;
— Dinamarca, 2012;
— Brasil, 2013;
— Inglaterra, 2013;
— França, 2013;
— Nova Zelândia, 2013;
— Uruguai, 2013;
— Luxemburgo, 2014;
— Escócia, 2014;
— República da Irlanda, 2015;
— México, 2015;
— Estados Unidos, 2015;
João Ozorio de Melo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.
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