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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Papa Francisco simplifica a anulação do casamento, que agora será gratuito

Dois decretos publicados nesta terça simplificam processo de invalidação do sacramento

El cardenal Francesco Coccopalmerio (derecha), presidente del Consejo Pontificio para Textos Legislativos, lee los decretos de Francismo hoy en el Vaticano.
O Papa Francisco na última quarta, no Vaticano. / EFE
anulação matrimonial será rápida e gratuita, praticamente o contrário de como é feita até hoje. Nas palavras do Papa Francisco, a reforma do processo canônico iniciada por ele, através da publicação de dois motu proprios (ou decretos papais) –um para o código latino e outro para o oriental– justifica-se diante “da pressão reformista de um enorme número de fiéis” que estavam se afastando “das estruturas jurídicas da Igreja por causa da distância física e moral”.
O texto dos decretos papais, apresentado no Vaticano por alguns dos especialistas eleitos pelo Papa para executar sua reforma, estabelece que a declaração de anulação seja possível depois de “uma só sentença” –em vez de duas, como era até agora. A sentença deve ser assinada por “um juiz único sob a responsabilidade do bispo” e como consequência de “um processo mais breve”, sobretudo “nos casos em que a nulidade do casamento seja mais evidente”, segundo Francisco.
Sobre o custo financeiro da anulação, o Papa não dá margem a dúvidas. Ele afirma que “a gratuidade do procedimento tem que ser garantida, para que a Igreja, mostrando-se aos fiéis como uma mãe generosa em um assunto tão estreitamente ligado à salvação das almas, manifeste o amor gratuito de Cristo”. Há 10 meses, no início de outubro de 2014, o Papa Francisco criticou duramente o sistema de anulação matrimonial aplicado pela Igreja, chegando a defini-lo como longo, custoso, caro e, em algumas ocasiões, corrupto. “A Igreja tem que ter generosidade para fazer justiça gratuitamente”, afirmou o Papa na ocasião.
“a gratuidade do procedimento tem que ser garantida, para que a Igreja, mostrando-se aos fiéis como uma mãe generosa em um assunto tão estreitamente ligado à salvação das almas, manifeste o amor gratuito de Cristo
Além da sentença única e do juiz único –medidas que por si só já simplificam o processo–, a reforma estabelece um maior envolvimento dos bispos. Em primeiro lugar, para que eles se encarreguem de julgar os casos mais evidentes e, por isso, mais breves. E ainda para que “tanto nas grandes como nas pequenas dioceses, eles ofereçam um sinal da conversão das estruturas eclesiásticas e não deleguem completamente à administração da cúria a função judicial em questões matrimoniais”. Ou seja, o Papa quer que os bispos se tornem cúmplices de seu papado e desçam do palácio arcebispal para encararem os problemas reais dos cristãos.
Nas últimas semanas, as palavras e as ações de Francisco têm sido direcionadas precisamente a uma atitude mais compreensiva em relação aos cristãos em dificuldades, seja divorciados que desejem voltar a se casar ou mulheres que decidiram abortar. No dia 1o de setembro, Francisco anunciou que, durante as comemorações do Jubileu da Misericórdia –que vai do próximo dia 8 de dezembro a 20 de novembro de 2016–, todos os sacerdotes terão a faculdade de absolver mulheres que tenham cometido “o pecado do aborto”. “O perdão de Deus não pode ser negado a ninguém que tenha se arrependido”, justificou o Papa. “Muitas delas [mulheres que abortaram] levam em seu coração uma cicatriz por causa dessa decisão sofrida e dolorosa.” Segundo a doutrina católica, o aborto é um pecado muito grave que comporta a excomunhão e que só pode ser absolvido por ordens de um bispo ou do próprio Papa.

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