Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

DIA INTERNACIONAL DA MULHER E MENINA NA CIÊNCIA


Hoje, dia 11 de fevereiro é comemorado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi instituída pela Assembleia das Nações Unidas em dezembro de 2015 e conta com a liderança da UNESCO e da ONU Mulheres e ainda com a colaboração de instituições e parceiros da sociedade civil que realizam atividades em diversos países para promover o acesso e a participação de meninas/mulheres na ciência e tem intenção de dar mais visibilidade ao papel e contribuições científicas de mulheres.

E para comemorar esse dia importantíssimo trouxemos uma entrevista com Alessandra Lupi que há algumas semanas  fez um post (vejam a figura 1 abaixo) que teve grande repercussão no Twitter.  Ainda hoje mulheres são sub-representadas em livros de ciências e história da ciência e o post da Alê nos fez pensar na importância de se falar mais sobre o assunto em sala de aula com as crianças.
Post da Alessandra no Twitter
Pensando em dar mais visibilidade para os fantásticos feitos de nossas pioneiras, criamos a hashtag #MulheresNasAulasDeCiencias para inspirar mais professoras e professores a falarem sobre mulheres cientistas com seus alunos. O caminho é longo e ainda temos muito por fazer, mas cada um pode fazer um pouquinho para que possamos mudar este cenário. Compartilhe a hashtag #MulheresNasAulasDeCiencias em suas redes sociais contando como é sua experiência em sala de aula com o tema e como seus alunos reagem.
#MulheresNasAulasDeCiencia
Para se inspirarem ainda mais, confiram abaixo a entrevista com a Alê:

Alessandra Lupi é formada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo e possui mestrado em Biologia Molecular de Plantas, também pela USP. Há um ano começou a lecionar para alunos de 6º a 9º anos do Ensino Fundamental. Apaixonada por dinossauros desde que se lembra por gente, já cogitou diversas faculdades até perceber que gosta mesmo é de natureza. Dizia que seria geneticista molecular e nem pensava na carreira docente, até que foi fisgada durante os estágios da licenciatura, onde descobriu (para a surpresa de muitos) que levava jeito para isso.
DE ONDE VEIO A SUA INICIATIVA DE FALAR SOBRE MULHERES NA CIÊNCIA EM SUAS AULAS?
Alessandra Lupi. Tenho como objetivo trazer a ciência para mais perto dos alunos. Como trabalhei com pesquisa por alguns anos, já comecei me identificando como cientista, e sempre falei bastante sobre meu mestrado e minhas outras experiências em laboratório. Percebi que os alunos se interessavam muito sobre o assunto, e também que era algo totalmente novo na vida deles. No dia da mulher me veio a ideia então de fazer uma aula especial. O currículo do ensino básico já fala muito pouco sobre história da ciência, e aproveitei esse dia temático para falar sobre algumas cientistas de grande importância, como Marie Curie, Rosalind Franklin e Hedy Lamarr. A aula foi ótima, os alunos estavam super interessados, inclusive no fim da aula pediram para eu falar de mim mesma, já que eu também era uma cientista (emoção vai lá longe nessas horas!). Desde então procuro sempre incluir essa pauta, seja em aulas expositivas, procurando cientistas que trabalharam com o assunto em questão, ou com trabalhos, onde peço para eles irem atrás de cientistas de um determinado tema.
VOCÊ ACHA QUE FALAR SOBRE MULHERES CIENTISTAS MUDA ALGO? O QUE?
Alessandra Lupi. Acredito que é muito mais fácil minhas alunas se interessarem por ciência se conseguirem ver que é algo que está próximo delas. Meu objetivo como professora é que os alunos consigam entender a ciência como algo que faz parte da vida deles, e que, caso queiram, a carreira científica é uma possibilidade em suas vidas. Tenho esse objetivo com alunos e alunas, e para isso procuro falar sobre cientistas brasileiros, cientistas mulheres, para que quebrem o estereótipo desta profissão como um homem mais velho, branco e dotado de uma super inteligência (geralmente a primeira pessoa que pensam como cientista é o Einstein, e acaba ficando essa ideia de que todos são assim). Em relação às mulheres, sempre friso as dificuldades que tiveram que passar (impossibilidade de estudo, trabalho creditado aos colegas masculinos, entre outros) e como isso afastou-as dessa área. Mas que atualmente já temos um cenário muito melhor, então é horas delas aproveitarem! Acredito inclusive que essa questão sensibiliza também os meninos. Um dos alunos do 6º ano veio me falar, inconformado, que o livro que ele tinha de história da ciência não falava sobre a Marie Curie, já que eu tinha acabado de falar sobre sua importância (no fim achamos no livro!). A valorização das mulheres nas aulas também tem o potencial de mudar a visão dos meninos em relação ao que as mulheres são capazes.
VOCÊ ACHA QUE SABER DA EXISTÊNCIA DE MULHERES NA CIÊNCIA  VAI AJUDAR A RELAÇÃO COM SEUS ALUNOS NO FUTURO, NO QUE ELES ENTENDEM DE CIÊNCIA E SOCIEDADE?
Alessandra Lupi. Acredito que a aproximação traz o interesse. Ao perceber os cientistas como membros da sociedade, tanto quanto eles, os alunos estarão mais abertos para entender o papel do cientista nessa sociedade, valorizando o esforço e trabalho realizado por esse grupo. Só deste modo poderemos construir um diálogo sobre ciência entre cientistas e pessoas de outras áreas, algo que se mostra essencial nos tempos atuais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário