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domingo, 2 de dezembro de 2012


Adolescentes felizes ganham mais quando viram adultos, diz estudo

ALOK JHA
DO "GUARDIAN"

Estudo sugere que as pessoas mais felizes entre os 16 e os 18 anos têm renda em média 10% mais elevada que a média de sua faixa etária, uma década mais tarde.

Quanto mais feliz você for na adolescência, mais dinheiro é provável que esteja ganhando ao chegar aos 30 anos, de acordo com um estudo em longo prazo que acompanha os índices de bem-estar de mais de 10 mil pessoas.

Quanto mais feliz você for na adolescência,
mais dinheiro é provável que ganhe ao chegar aos 30 anos, diz estudo
SXC
Os pesquisadores constataram que as pessoas mais infelizes entre os 16 e os 18 anos de idade tinham renda 30% inferior à média 10 anos mais tarde, enquanto as mais felizes ganhavam 10% a mais que a média.

Também constataram que cada ponto a mais de satisfação na escala de bem-estar, para as pessoas na casa dos 22 anos, representava quase US$ 2 mil a mais em renda anual aos 29 anos.

Os efeitos podem se dever a diversos fatores, dizem os pesquisadores, entre os quais uma maior probabilidade de obter uma educação universitária caso você seja feliz, por viver menos preocupado e com menos neurose.

O estudo foi publicado um dia antes da divulgação do primeiro relatório anual sobre o bem-estar dos britânicos do governo do Reino Unido. Ele resulta de uma iniciativa lançada em 2010 pelo primeiro-ministro David Cameron, como parte do reconhecimento de que o PIB (Produto Interno Bruto) é uma medida incompleta do progresso de um país.

Jan Emmanuel de Neve, do University College London e do Centro de Desempenho Econômico da London School of Economics diz que "todos sentem intuitivamente que os indivíduos de disposição mais otimista têm uma rede de contatos maior e com isso maior número de oportunidades, o que torna mais provável que subam em uma organização e se tornem líder em seus grupos. Todas essas coisas influenciam indiretamente a obtenção de uma maior renda, e também existe um efeito direto sobre a renda".

Os dados empregados por Neve vêm do Estudo Nacional Longitudinal de Saúde dos Adolescentes Norte-Americanos, que vem registrando os índices de felicidade e bem-estar de mais de 15 mil pessoas desde 1994. Pouco mais de 10 mil dos participantes tinham perfil adequado para inclusão na análise de Neve, e responderam a questionários sobre sua felicidade e satisfação com a vida aos 16, 18 e 21 anos. Aos 29, também responderam a questões sobre seu nível de renda.

"Se eu identificasse uma pessoa muito insatisfeita com a sua vida aos 20 ou 21 anos e a comparasse a alguém muito satisfeito com a vida na mesma idade, a previsão estatística seria de que sua renda posterior teria diferença de US$ 10 mil anuais", disse Neve.

O estudo, que ele conduziu em colaboração com Andrew Oswald, da Universidade de Warwick, e foi publicado pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", pondera diversos fatores, entre os quais QI, sexo e histórico socioeconômico.

Entre irmãos, as diferenças de felicidade resultam em diferenças de renda subsequentes ainda maiores do que no resto da população. Neve isolou cerca de três mil pessoas no estudo que tinham irmãos também participantes, e estudou as variações em seus placares de bem-estar aos 16, 18 e 22 anos, para ver como diferiam do resultado da população mais ampla. Os irmãos com diferença de um ponto no nível de bem-estar (em uma escala de cinco pontos) registrado na adolescência mais tarde apresentavam diferença de renda de US$ 4 mil ao ano - diferença duas vezes mais alta que a constatada entre não irmãos.

"O estudo é um novo acréscimo à literatura modesta, mas crescente que sugere que a relação entre felicidade e riqueza opera nos dois sentidos", disse Christopher Snowdon, pesquisador do Instituto de Assuntos Econômicos e um autores do livro "... And the Pursuit of Happiness".

"Sabemos que as pessoas ricas tendem a apresentar resultados melhores nas pesquisas de satisfação com a vida e que os países mais ricos tendem a ser mais felizes. Há diversos motivos para que um padrão de vida mais confortável nos torne mais felizes, mas tampouco deveríamos nos surpreender pelo estado de espírito de uma pessoa influenciar suas futuras perspectivas de emprego".

"De uma perspectiva de política pública, a melhor alavanca para melhorar o bem-estar da nação continua a ser o crescimento econômico. O dinheiro nem sempre compra felicidade, mas certamente parece ajudar e --como sugere esse estudo-- mais felicidade resulta em prosperidade ainda maior".

Elaine Fox, psicóloga cognitiva da Universidade de Essex e autora do livro "Rainy Brain, Sunny Brain", disse que as correlações mais importantes no trabalho de Neve parecem sólidas. "Em termos de determinar se a felicidade tem ou não valor material, parece razoável concluir, com base nas provas oferecidas pelo estudo, que as pessoas mais felizes tendem a ganhar mais", ela diz.

"Mas quanto a determinar o motivo para que isso aconteça, eu acautelaria que bem-estar, otimismo e felicidade são muitas vezes considerados em termos de 'pensamento positivo'. No entanto, existem muitos outros indicadores que sugerem que o otimismo tem muitos outros componentes -- como um senso firme de controle e um nível superior de persistência. E meu argumento é que são esses componentes que apresentam relação com o sucesso, e não o pensamento positivo ".

Neve afirma que políticas que meçam e aumentem a felicidade dos adolescentes podem propiciar benefício em suas vidas posteriores. Ele diz que os esforços do governo para medir o bem-estar social, em lugar de apenas a atividade econômica, estão corretos. "Nosso estudo oferece um argumento econômico sério para dar destaque ao bem-estar", afirma.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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