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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Boa sorte com as crianças


Chegou Dezembro, o mês em que mais se consome e, com ele, as vitrines mais atrativas, os lançamentos de produtos e o maior volume de pedidos das crianças para você ou para o Papai Noel. As lojas estarão mais do que nunca repletas de novidades, cheias daquilo que a filósofa Marilena Chauí definiu como "coisas absolutamente desnecessárias à vida humana". Ela tem toda razão. Mas nós sabemos que, muitas vezes, mesmo sendo adultos conscientes dos exageros das propagandas e do valor do nosso salário, o critério de compra passa longe do racional: somos guiados por uma compensação emocional, por um impulso, pela facilidade de encontrar naquele objeto uma solução ou uma promessa ou, ainda, pelo alívio de resolver a "pendência" de ter que fazer um agrado natalino a fulano.

Se é assim para nós, adultos, como será que funciona na cabeça da criançada? Sim, neste mês elas estão expostas a um mundo novo e vão querer participar dele. Por isso, elas vão pedir algumas coisas que avistarem ao andar na rua, várias coisas que os coleguinhas falaram que querem e todos os badulaques que estão passando na tevê. Aliás, segundo levantamento do Ibope de 2011, as crianças brasileiras estão entre as que mais ficam em frente ao aparelho que não por acaso é o principal canal de veiculação de campanhas comerciais que falam diretamente com elas.

Acredite a criança ou não em Papai Noel, fato é que os adultos terão trabalho. Não dá comprar tudo que elas querem e, além disso, não é saudável nem necessário – embora, reconheçamos, é árdua a batalha entre os argumentos oferecidos por gente grande e o efeito mágico do brinquedo que vem com a embalagem do personagem favorito da criança em questão.

Os padrões de consumo de hoje são totalmente incoerentes com o conceito de sustentabilidade. E se a molecada não está inserida num contexto de bem-estar próprio em harmonia com a saúde do planeta, não vai ser no Natal que ela vai aprender. Pelo contrário, vai ser uma guerra.

Falar de meio ambiente na escola da maneira tradicional (os bichos, as plantas, a poluição etc) é um grande começo, mas é preciso falar também sobre consumismo e responsabilidade, sobre o modelo consumista que criamos, sobre os alimentos industrializados cheios de ingredientes artificiais envoltos em uma embalagem com muito plástico. A sugestão é de um estudo desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Alana, que mostra que as crianças já estão mais sedentárias, comendo pior e sofrendo por serem consumidoras antes de serem cidadãs, reconhecendo logotipos e marcas, antes de aprenderem a ler.

O caminho para ensinar tanta coisa ao mesmo tempo começa de um jeito muito simples: basta deixar a criança brincar, soltar a imaginação, estimular a criatividade. Assim ela aprende a experimentar o mundo sem precisar de tanta parafernália. As outras dicas estão na cartilha (curtinha e bem escrita) produzida pelo MMA e pelo Alana.

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