Trabalho, estresse e sedentarismo: uma combinação perigosa para a saúde
Se você está se estressando no trabalho há maiores chances de você fazer cada vez menos atividades físicas e, com isso, ficar ainda mais sensível aos estressores cotidianos.
“Quanto menor a sensação de controle sobre as suas atividades profissionais maior a inatividade física durante o restante do seu tempo livre”, afirma Anders Knutsson, o autor do estudo feito pela Universidade de Mid, na Suécia.
A conclusões do pesquisador vieram de uma metanálise de diversos estudos menores e que somaram, juntos, mais de 170 mil entrevistas em 14 países diferentes.
Para definir um trabalho com muita tensão a equipe de Knudsson dividiu as atividades profissionais em quatro grupos: aqueles onde há pouco trabalho e grande autonomia sobre o que se faz; muito trabalho e autonomia sobre as atividades; pouco controle das próprias atividades e pouco trabalho; e muito trabalho sem nenhuma autonomia.
“Independente da quantidade de trabalho, ter autonomia sobre suas próprias atividades levou a um menor estresse. O inverso vale para aqueles onde sua atividade é monitorada, corrigida e criticada o tempo todo. Esses últimos faziam 25% menos atividades físicas fora do ambiente profissional, incluindo o tempo que deveria ser de prazer individual, como hobbies ou curtir a família”, diz o autor.
O que vem primeiro?
Mas os pesquisadores ainda tinham dúvidas sobre o que vem primeiro. “Uma pessoa estressada faz menos exercícios ou a falta de exercícios as faz se estressar mais no ambiente de trabalho?”, questionaram os autores da pesquisa que foi publicada no periódico American Journal of Epidemiology.
A resposta veio observando o tempo que esses trabalhadores afirmavam gastar em atividades físicas e hobbies antes de assumirem uma determinada posição profissional. Esses trabalhadores diminuíam o tempo que gastavam com essas atividades na mesma proporção que o estresse no trabalho aumentava.
“Trabalhadores estressados perdem a confiança nas suas próprias capacidades profissionais, o que os leva a uma vida mais sedentária, como se eles desistissem disso também”, explica Egil Wihelm, outro pesquisador da equipe de Knudsson. “Quando há muito controle sobre o que uma pessoa faz e ela perde a independência pessoal esse indivíduo se sente como se não tivesse qualquer apoio de outras pessoas ao seu redor, o que leva a uma maior letargia no geral”, completa Wilhelm e Knudsson que indicam que as empresas também saem perdendo quando o local de trabalho ou certas chefias criam um ambiente estressante.
Absenteísmo (maior número de faltas por problemas de saúde ou emocionais), menor produção, atenção e comprometimento estão entre esses problemas causados pelo círculo vicioso criado pelo estresse e sedentarismo.
por Enio Rodrigo
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