‘Quanto mais tempo [as crianças] ficam fora da escola, maior é o risco de serem estupradas, raptadas e recrutadas por grupos armados’, diz diretor organização
Crianças de Nigéria, Camarões, Chad e Níger estão impossibilitadas de frequentar a escola devido à violência perpetrada pelo grupo jihadista Boko Haram na região para o qual “a religião ocidental é pecado”. De acordo com um informe da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mais de duas mil escolas permanecem fechadas e um milhão jovens estão impedidos de ter acesso à educação.
Agência Efe
Grupo libertado em maio de 2015
O diretor regional do Unicef para a África Ocidental e Central, Manuel Fontaine, explicou, em comunicado, que "quanto mais tempo [as crianças] ficam fora da escola, maior é o risco de serem estupradas, raptadas e recrutadas por grupos armados".
Além disso, outras 11 milhões já estavam fora da escola antes do início das ações do Boko Haram, em 2009. Desde então, ao menos 600 professores foram mortos.
Algumas escolas foram reabertas após o Exército nigeriano ter reconquistado territórios, mas muitos estabelecimentos estão superlotados e têm poucos recursos para o ensino, como informa o fundo da ONU.
De acordo com a BBC, muitas escolas no norte da Nigéria, especialmente no estado de Borno, se transformaram em acampamento para pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas.
Em 14 de abril de 2014, mais de 200 garotas foram sequestradas após um ataque ao internato de Chibok, em Borno.
Em setembro, o governador de Borno, Kashim Shettima, afirmou que seriam necessários 670 milhões de euros para reconstruir a infraestrutura destruída pelos jihadistas.
Os atentados perpetrados pelo grupo já provocaram a morte de 17 mil pessoas e o deslocamento forçado de 2,6 milhões nos últimos seis anos.
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