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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Agentes de saúde são arma contra violência doméstica na zona leste de SP

17/12/15  Por Luís Adorno
Projeto encabeçado pelo MP capacitou 160 mulheres para informar e ajudar mulheres na Cidade Tiradentes. Em dois anos, 140 mil pessoas foram atendidas
Um projeto que nasceu há dois anos na Cidade Tiradentes, extremo leste de São Paulo, capacitou 160 agentes comunitárias de saúde para contribuir com a prevenção e/ou enfrentamento à violência doméstica contra mulheres. Por meio do Gevid (Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica), do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), essas agentes, que visitam as casas da região para prestar apoio, estão estrategicamente preparadas para espalhar informações sobre violência de gênero, sobre a Lei Maria da Penha, mecanismos de proteção e redes de atendimento, além de acompanhar as vítimas caso seja necessário.

O MP afirma que, no começo de 2014, eram poucas as mulheres que tinham o conhecimento da Lei Maria da Penha, por exemplo. Passados dois anos, 140 mil pessoas, em 35 mil lares, tiveram acesso a essa entre outras informações de prevenção e de ajuda contra a violência. A idealizadora do projeto “Prevenção da Violência Doméstica com a Estratégia de Saúde da Família”, a promotora de Justiça Fabíola Sucasas Negrão Covas, afirma que “foram as potencialidades de Cidade Tiradentes, com suas mazelas e com suas mulheres fortes, que ajudaram fazer do projeto um sucesso”.

“Muito discutimos nesses dois anos. Refletimos sobre a realidade de Cidade Tiradentes, sobre suas implicações territoriais, vulnerabilidades, família, relações íntimas de afeto, machismo, violência contra a mulher. Em Cidade Tiradentes há um mundo capaz de transformar”, diz Fabíola. “Lidar com violência contra a mulher não é apenas lidar com um estigma cultural arraigado, o machismo. É mexer com sentimento, é mexer com a construção de uma vida. É lidar com o meio social, com a maleficência das drogas, com a omissão estatal. É lidar com a dor”, complementa.

Para Claudia Maria Afonso de Castro, da Coordenadoria-Regional de Saúde Leste, as agentes comunitárias da saúde que participaram do projeto serão para sempre reconhecidas como as agentes que mudaram a vida das mulheres de Cidade Tiradentes. “Ficamos felizes que uma ação dessa grandeza esteja aqui para mudar pessoas a lidar com um tema tão delicado: a violência doméstica”, disse. Durante o evento de apresentação do projeto, realizado no último dia 11, no Ceu Inácio Monteiro, todas as agentes de saúde se reuniram para mostrar alguns exemplos dos trabalhos realizados.

Confira abaixo o vídeo produzido pelo MP-SP que faz um balanço sobre os dois anos do projeto:


O Gevid realizou o projeto em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde e com o Centro de Defesa e Convivência da Mulher “Casa Anastácia”.

Ponte

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