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domingo, 27 de dezembro de 2015

O Estatuto do Desarmamento sob ameaça

Projeto que deixa a legislação brasileira de controle de armas mais permissiva está pronto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados

09/12/2015

Uma arma não mata uma pessoa, mata uma família inteira

Foi no dia 23 de novembro de 2011, meu neto Geison tinha 13 anos. A gente chegou em casa do dentista, ele tinha acabado de restaurar o dente e queria mostrar para o pai. Foi com meu outro neto, mais velho, e saíram os dois de bicicleta, o Geison ia guiando. Mas não foram só na casa do meu genro, foram algumas quadras mais abaixo. Passaram por um grupo de jovens e um dos rapazes saiu para buscar uma arma. Quando meus netos voltavam pela rua, uma menina do grupo disse “olha os moleques da Quadra 26”, o cara puxou a arma e atirou nas costas do meu neto. Não perguntou nada, atirou. Ele simplesmente matou porque achava meu neto parecido com alguém. E essa arma, segundo me contaram, foi comprada por uma mãe. Ela comprou para que os filhos se defendessem, porque tinha perdido um filho assassinado dentro de casa. E um desses meninos foi quem entregou a arma para o rapaz que atirou no meu neto. Quando cheguei no local, dez minutos depois, o corpo dele já estava coberto, não deu tempo nem de levar para o hospital. A sensação nessa hora é uma das piores coisas do mundo, de impotência, de perda, eu queria uma resposta para aquilo ter acontecido. A facilidade com que se consegue uma arma é inacreditável. Quando teve o plebiscito [referendo] sobre o desarmamento, ali era a hora em que a gente poderia ter evitado muita coisa, muita tragédia. Esse acesso a armas vai continuar destruindo famílias, tanto com acidentes dentro de casa como na rua. Porte de arma é para polícia, é para quem trabalha com segurança, não para qualquer cidadão. O cidadão não tem que se armar, a pessoa de bem não tem que andar armada, para não acontecer justamente o que aconteceu na minha família. Mudar a lei é absurdo, é para quem nunca perdeu ninguém, para quem não está passando pelo que minha família está. Porque uma arma não mata uma pessoa, mata uma família inteira. Aquele tiro, aquela bala não matou meu neto, matou uma família inteira, destruiu tudo. 
Nilta Martins de Jesus 
49 anos, funcionária pública



Com uma arma, o cidadão consegue se defender

O fato ocorreu há 10 anos, em 2005, eu estava almoçando em casa, por volta de meio dia e meu cachorro alertou, começou a latir, fui verificar e tinha um suspeito subindo a sacada do vizinho, vi pela parte de trás da minha casa. Como não dava tempo para telefonar, chamar a polícia, eu peguei minha arma, um revólver 38, e efetuei dois disparos para o chão. Nesse momento, o bandido fugiu, pulou da sacada porque viu que não teria êxito na sua tarefa. Meus vizinhos, um casal de idosos, não sabiam nem o que estava acontecendo, porque estavam almoçando também. A sacada estava aberta na parte de cima e, como é um sobrado, eles não sabiam o que estava acontecendo na parte de cima da casa. Por sorte, consegui impedir que o assaltante invadisse a casa do meu vizinho. Quando souberam ficaram agradecidos. Poderia ter sido muito pior. Joinville é uma cidade tranquila, foi a única vez que tive necessidade de usar a arma. Mas é bom poder tê-la. Com uma arma, o cidadão consegue se defender e tem duas oportunidades: chamar a polícia ou se defender no momento, porque muitas vezes o telefone não vai fazer a polícia se fazer presente no momento. Muitas vezes vai depender de outros fatores e a polícia não vai chegar em cinco minutos, em dois minutos. É uma alternativa para o cidadão se defender. Nem sempre eu preciso matar ou acertar alguém, a arma serve para defesa sem efetuar o disparo. Essa história de que mudar a lei vai aumentar o número de assassinatos é balela. Ter a arma não quer dizer que vai haver um bang bang na cidade nem que vá aumentar o número de vítimas. 
Roger Leye 
45 anos, empresário

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