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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Cinco filmes essenciais para conhecer os irmãos Dardenne

A dupla belga adorada por Cannes e ao redor do mundo: cinema humanista
A dupla belga adorada por Cannes e ao redor do mundo: cinema humanista
Cinema Humanista é como foi apropriadamente batizada a retrospectiva que o Centro Cultural Banco do Brasil exibe este mês sobre os irmãos Luc e Jean-Pierre Dardenne. Nos 22 títulos presentes na mostra, entre documentários, longas e filmes em que atuaram como produtores, é possível observar a característica mais marcante destes cineastas belgas: a habilidade de refletir sobre questões políticas e sociais a partir do indivíduo.
Os protagonistas de seus filmes costumeiramente são homens e mulheres à margem da sociedade, como os jovens pais que vivem de pequenos roubos em A Criança (2005), o menino órfão de O Garoto da Bicicleta (2011) ou a anti-heroína que luta para recuperar seu emprego em Dois Dias, Uma Noite (2014).
Esteticamente, a dupla é fiel ao estilo que se aproxima do documental, com um registro naturalista, ausência de trilha sonora e a câmera sempre muito próxima dos atores. Estão na lista dos preferidos do Festival de Cannes, local onde desde 1996, com A Promessa, estrearam todos os seus filmes e em todas as vezes saíram premiados – tudo indica que este ano estarão lá novamente, com La Fille Inconnue, história de um médico que tenta descobrir a identidade de uma paciente que morreu após se recusar a receber tratamento.
Com curadoria da cineasta Caru Alves de Souza (do documentário De Menor), a mostra Cinema Humanista – Irmãos Dardenne já está em cartaz no CCBB de Brasília, onde fica até 28 de fevereiro. Nas unidades de São Paulo e Rio de Janeiro, acontece de 17 de fevereiro até 7 de março.
TelaTela destaca cinco filmes essenciais dos irmãos Dardenne que estão na programação:
Lições de Uma Universidade Voadora (1982)
liçoes_dardenne
Antes de suas premiadas ficções, os Dardenne já mostravam sua verve politizada e preocupada com questões sociais que norteariam sua carreira em uma série de documentários, inéditos até então no Brasil e de rara circulação. A mostra resgata boa parte destes títulos, entre eles este registro sobre a vida de cinco exilados poloneses que migraram para a Bélgica entre 1930 e 1981.
Rosetta (1999)
rosetta
No filme que rendeu à dupla belga sua primeira Palma de Ouro em Cannes, a personagem título é uma jovem impulsiva em busca de emprego, custe o que custar. A impactante primeira cena, em que Rosetta (interpretada por Émilie Dequenne, também laureada em Cannes) briga com seus colegas de trabalho e é retirada do local pela polícia, inicia uma trajetória angustiante até um tenso desfecho. O drama colocou os cineastas definitivamente no mapa do cinema mundial.
A Criança (2005)
a criança
O bicampeonato da Palma de Ouro veio seis anos mais tarde, com uma história ainda mais forte. Bruno (Jérémie Renier), de 20 anos, e Sonia (Deborah François), 18, formam um casal desempregado, que vive de pequenos roubos e golpes. Quando têm um filho, o rapaz decide vender o bebê no mercado negro, sem sua parceira saber. O conto moralmente ambíguo e poderosamente construído é, para muitos, o melhor filme dos Dardenne até hoje.
O Silêncio de Lorna (2008)
o silencio de lorna
Não foi por acaso que O Silêncio de Lorna recebeu o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes 2008. Ainda que dura, a história da jovem imigrante albanesa (Arta Dobroshi) que se casa só para conseguir sua cidadania europeia tem ternura e até amor. O marido arranjado, no caso, é Claudy (novamente Jérémie Renier), um jovem belga dependente químico. Só que a união de fachada é parte de um plano. Depois de casar com Claudy, Lorna é obrigada pela máfia a se casar com um russo, também interessado na cidadania europeia. Tudo muito simples, tirando o fato de que ela precisa assassinar Claudy. O que obviamente não dá certo porque ela se apaixona por ele. O silêncio dela, diante de uma engrenagem trágica e muito mais forte que ela, é como um grito de alerta e desespero em um mundo em que papeis valem mais que a vida.
Dois Dias, Uma Noite (2014)
DoisDiasUmaNoite
Exibido nos cinemas brasileiros no ano passado e incluído na nossa lista dos dez melhores filmes de 2015, o filme rendeu à Marion Cottilard uma merecida indicação ao Oscar de melhor atriz. Ela vive Sandra, mãe de família tratando uma depressão e que acaba de ser demitida do trabalho, para que seus colegas não tenham que abrir mão de um bônus no salário. Inconformada, ela bate à porta de cada funcionário pedindo que reconsiderem a decisão, uma jornada quixotesca diante da cultura do individualismo e da crise dos valores sociais.

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