REPRODUÇÃO/TVT
Amelinha também defendeu o aborto, principalmente, em casos de zika, uma das atuais pautas do movimento
Maria Amélia Teles, a Amelinha, afirma em entrevista que as conquistas das mulheres estão ameaçadas pelo Congresso Nacional
por Redação RBApublicado 17/02/2016
São Paulo – Em entrevista à TVT, uma das pioneiras do feminismo no Brasil, Maria Amélia Teles, a Amelinha, diz que comemora a adesão das jovens brasileiras ao movimento. “O feminismo cresceu muito, principalmente, através das adolescentes. Hoje, o feminismo é muito jovem. As meninas estão buscando a afirmação do feminismo, a partir de suas próprias vivências, o que é importante. Elas estão dando voz às mulheres da periferia, às mulheres negras, feministas lésbicas, então, o movimento cresceu o numericamente e também na qualidade.”
Amelinha é ex-presa política e autora de livros sobre a história do feminismo no Brasil. Segundo ela, o movimento cresceu porque as jovens querem enfrentar o machismo. “A violência contra mulheres é a expressão maior do machismo, e está atingindo essas adolescentes que estão participando do movimento. Essas jovens são muito assediadas, e elas enfrentam.”
A autora também defendeu o aborto, principalmente, em casos de zika, uma das atuais pautas do movimento. “Estamos vivendo em um momento sério na saúde das mulheres, por causa do zika vírus. Já que as mulheres estão sendo o principal alvo, e não podem exercer o direito a uma gravidez tranquila. Se o nosso coração estivesse palpitando no Congresso, poderíamos estar discutindo a ampliação das condições do aborto no Brasil.”
A militante também afirma que as conquistas das mulheres estão ameaçadas pelo Congresso Nacional. “Nesses 40 anos de feminismo, nós conquistamos muitos direitos. São próximos aos dos homens no campo formal. No entanto, estamos com os direitos ameaçados, por causa desse Congresso.”
Amelinha diz que a principal luta é pela igualdade e respeito. “Nós lutamos a vida inteira para ter uma sociedade justa, igualitária, onde as pessoas possam ser o que são, e serem respeitadas. Essa é a nossa luta.”
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