Apenas tipos específicos de provocações podem estimular uma resposta de fúria
10 fev., 2016
As pessoas costumam acreditar que têm controle sobre suas próprias ações, mas nem sempre isso é verdade. Algumas situações podem fazer com que você tenha uma reação violenta, colocando sua vida em risco.
O neurocientista Richard Douglas Fields decidiu estudar o assunto depois que ele próprio passou por uma situação dessas, quando reagiu a um furto. Ele descobriu que os neurocircuitos de raiva existem porque precisamos dele, apesar de nem sempre estas reações instantâneas serem boas. O trânsito é um bom exemplo de como as reações podem não ser boas, afinal você pode colocar a vida de estranhos em risco.
O neurocientista então resolveu descobrir os gatilhos desta raiva instantânea, para assim descobrir como controlar estes momentos. O inconsciente tem um circuito de detenção de ameaças que monitora tudo que passa pelo cérebro, incluindo dados internos e externos à procura de perigo. Esta grande quantidade de informações pode sobrecarregar o consciente, fazendo com que a resposta consciente seja lenta.
Os circuitos de raiva estão localizados no hipotálamo, que também controla a sensação de fome e sede, além do comportamento sexual. Como outros animais, nossa espécie precisa de violência para defesa pessoal. Mas apenas tipos específicos de provocações podem estimular uma resposta de fúria. Estes gatilhos específicos são controlados por diferentes circuitos neurais no cérebro. Os gatilhos são: defesa pessoal, insulto, família em perigo, quando ameaçam nosso território, comportamentos agressivos, quando desrespeitam um sistema de regras, quando ameaçam nossas fontes (dinheiro, comida, etc), quando ameaçam nossas tribos (pessoas com quem nos identificamos), e quando nos sentimos presos ou quando algo ou alguém nos faz parar (no trânsito, por exemplo).
O paradoxo é que estes gatilhos podem ser bons ou ruins. A grande questão é que estes circuitos evoluíram em ambientes muito diferentes. Logo, situações do mundo moderno podem ocasionar falhas no sistema. A chave para evitar estas confusões é aprender a reconhecer rapidamente os gatilhos de raiva. Você deve se perguntar se a situação envolveu algum dos gatilhos. Desta forma, você será capaz de desarmar a resposta falha, porque você sabe o motivo biológico de estar se sentindo assim. Quando você diz para uma pessoa ficar calma quando ela está com raiva, você não está ajudando, apenas apertando o último gatilho.
Além disso, cada gatilho é influenciado por fatores internos e externos. Logo, um estresse crônico pode colocar sua mente em alerta contínuo.
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