Publicado em 17/02/2016
ONU celebra, pela primeira vez, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, no dia 11 de fevereiro. Para a UNESCO, cenário de desigualdade precisa de mudanças profundas para promover a participação das mulheres na ciência.
Com o objetivo de promover a igualdade de gênero nas esferas da produção de conhecimento e alertar para exclusões contra o público feminino, a ONU celebrou, pela primeira vez, nesta quinta-feira (11), o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A instituição da data foi comemorada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Em relatório recente, a agência da ONU revelou que, no mundo, as mulheres representam apenas 28% do conjunto de pesquisadores. O índice se torna menor conforme é avaliada a participação desse público em posições hierárquicas mais elevadas e atreladas à tomada de decisões. As mulheres também teriam menos acesso a financiamento, redes e cargos de destaque, conjuntura que as coloca em desvantagem para a publicação científica de alto impacto.
Outro estudo das Nações Unidas, conduzido em 14 países, identificou tendências distintas entre homens e mulheres, no que tange à qualificação e formação superiores. Segundo a pesquisa, as probabilidades de uma mulher obter um diploma de bacharel, mestre e doutor em campos relacionados à ciência seriam de, respectivamente, 18%, 8% e 2%. Para os estudantes homens, os valores aumentariam, chegando a 37%, 18% e 6%.
Esse cenário “pede mudanças profundas e duradouras, começando nos primeiros anos através de uma participação aprimorada das mulheres e meninas na educação para a ciência, nas atividades de pesquisa e treinamento em todos os níveis”, afirmou a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, que convocou governos e parceiros a redobrar seus esforços para empoderar aquelas que desejarem contribuir para o desenvolvimento científico.
Segundo a dirigente da agência, o acesso do público feminino à Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemáticas “não pode ser vislumbrado quando mulheres e meninas continuam sendo a maioria das crianças fora da escola e dos jovens e adultos analfabetos. Esse abismo apenas lança sociedades inteiras na penumbra, uma vez que nenhum país pode avançar com apenas metade de sua criatividade, de sua energia e de seus sonhos”.
Bokova destacou ainda que a Agenda 2030 só poderá ter suas promessas cumpridas caso investimentos no empoderamento feminino sejam feitos. “A igualdade de gênero é uma prioridade global na UNESCO e a promoção das mulheres e meninas na ciência encontra-se no coração dessa ação [a instituição do Dia Internacional]”, disse.
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