O movimento “Women’s March”, dos EUA, e o “Ni Una Menos”, da América Latina, convocam uma greve geral das mulheres no mundo todo
17.02.2017
"Se nosso trabalho não vale, produzam sem nós”. É com isso em mente que o grupo “Ni Uma Menos”, da Argentina, junto ao movimento “Women’s March”, dos EUA, sugere que o dia 8 de março seja oficialmente o “Dia Sem Mulher” no mundo todo, um ato histórico. A convocação é para que todas deixem os seus postos de trabalho e tomem as ruas por mais direitos.
A ideia da paralisação teve como ponto de partida a Marcha das Mulheres, do dia 21 de janeiro, que levou milhares às ruas, em todos os continentes. O coro clamava pelo fim do feminicídio, pela equiparação salarial, pelo direito ao aborto, licença-maternidade e paternidade estendida... Pela equidade de gênero em todas as esferas e fim do machismo.
No Brasil, as estatísticas falam por si no que diz respeito à importância da movimentação. Somos o quinto país que mais mata mulheres no mundo; recebemos salários 30% menores que os homens na mesma função; somos metade da população e apenas 30% do quadro de funcionários nas grandes empresas; e a cada 11 minutos, um estupro é registrado.
A exemplo das islandesas em 1975, a proposta é reforçar a greve como ferramenta política. Na época, 90% das funcionárias locais deixaram os postos de trabalho para protagonizar uma grande luta por mais direitos. Em 2016, a Islândia voltou a ser cenário da paralisação feminina. Contra a disparidade salarial, elas cumpriram 14% a menos da jornada de trabalho. O ato foi reproduzido também na França, onde o grupo feminista Les Glorieuses convocou todas a pararem de trabalhar às 16h34, no dia 7 de novembro. O horário em particular marcaria o momento em que elas deixaram de receber quando seus salários são comparados aos dos homens.
Fazendo eco ao coro vindo das ruas: juntas somos mais fortes! #UmDiaSemMulher
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