Foi um ano de uma seleção monótona, com títulos muito parecidos, tudo muito formulado. Foi a gota d’água para o início de uma campanha que quase roubou a cena das discussões cinematográficas. E seria justo, cabível e compreensível. O ano de 2016 foi marcado, sob a alcunha #OscarsSoWhite, por reivindicações de que a Academia passasse a enxergar o mundo como ele de fato é, e refletisse sua diversidade.
Um problema da indústria ou dos votantes do prêmio mais popular do cinema mundial? Discutir o que vem antes é conversa para horas, mas um importante passo foi dado quando, no ano passado, 700 nomes foram convidados a se juntar à Academia, convites feitos levando em conta questões de gênero e de raça.
Alguma mudança começa a ser vista um ano depois na lista de indicados para o Oscar 2017. A começar pelo fato de que todas as categorias de atuação têm ao menos um candidato não branco. São eles: Denzel Washington, Ruth Negga, Mahershala Ali, Dev Patel, Viola Davis, Naomie Harris e Octavia Spencer. É a primeira vez que três mulheres negras concorrem juntas pela estatueta de melhor atriz coadjuvante.
Mais do que isso: a qualidade dessas indicações é inquestionável, já que são favoritos para levar as estatuetas de melhor ator, ator coadjuvante e atriz coadjuvante.
Entre os nove filmes indicados no principal prêmio da noite, três têm como protagonistas personagens negros: Um Limite entre Nós, Estrelas Além do Tempo e Moonlight. Entre os documentários, três – A 13ª Emenda, Eu Não Sou Seu Negro e OJ: Made in America – giram em torno de questões raciais.
Bradford Young, de A Chegada, é apenas o segundo diretor de fotografia negro a ser indicado em 88 anos. Joi McMillon, de Moonlight, é a primeira mulher negra a ser indicada na categoria edição, e Ava DuVernay a primeira em documentário.
Ainda se espera, no entanto, a indicação de mais mulheres diretoras. Quem sabe ano que vem?
Carta Capital
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