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sábado, 1 de abril de 2017

Mexicano de 21 anos é inocentado de estupro coletivo porque “não curtiu” - e mais uma vez a culpa é da vítima

30.03.2017 | POR REDAÇÃO MARIE CLAIRE

Até quando a impunidade vai continuar ditando as regras quando se trata de abusos sexuais? É essa a pergunta que ativistas mexicanas se fizeram esta semana após o julgamento de um rapaz e três amigos que estupraram uma menina de 17 anos

A impunidade concedida a jovens de famílias ricas e poderosas do México tão criticada por ativistas do país foi comprovada, nesta quarta (29.03), com a absolvição de um jovem de 21 anos, que “penetrou com os dedos” uma menina de 17. Segundo as autoridades, que suspenderam a ação, Diego Cruz não foi culpado do estupro porque “não curtiu”, segundo informações do jornal The Guardian.

O rapaz e outros três jovens privilegiados, que se autodenominavam “Los Porkys”, haviam sido acusados de estuprar a garota após uma festa de Réveillon, em janeiro de 2015. Segundo ela, que não teve a sua identidade revelada, os garotos, que já foram seus colegas de sala em um colégio de elite de Veracruz, a agrediram assim que ela entrou em um carro com eles após a comemoração. Pouco antes de ser denunciado, Cruz fugiu para a Espanha. E só agora foi extraditado para enfrentar o julgamento em seu país de origem.

De acordo com a publicação, o juiz Anuar González decidiu que Diego Cruz, embora tenha molestado os seios e a vagina da menina com as mãos, não era culpado de agressão porque não havia feito com “intenção carnal”, em suas próprias palavras.

“Ele a tocou sexualmente, vagamente a penetrou, mas porque não gostou, não é abuso sexual”, protestou a mexicana Estefanía Vela Barba, ativista dos direitos das mulheres. “Uma vez que não havia prazer no ato, ele foi praticado para provocar humilhação.”

No Facebook, a vítima condenou a decisão e argumentou que estava sendo considerada culpada pela agressão da qual foi vítima. “Não me arrependo de nada. Bebi. Fui à festa. Usei saia curta como muitas meninas da minha idade... E por isso vou ser julgada? Por isso eu merecia o que aconteceu?”

O conselho judiciário federal do México disse que o juiz pode ser investigado sobre a decisão, e que o rapaz permanecerá sob custódia enquanto a vítima recorrer da decisão.

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