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domingo, 15 de outubro de 2017

Contrato de Harvey Weinstein em sua produtora "permitia" assédio sexual


13.10.2017


Harvey Weinstein (Foto: Getty)

Segundo o documento, obtido pelo site TMZ, produtor poderia cometer assédios ou qualquer outro tipo infração de conduta desde que pagasse pelos danos jurídicos

Segundo apuração do site americano TMZ, o produtor Harvey Weinstein pode ter sido demitido ilegalmente de sua produtora, The Weinstein Company, após escândalo de assédio sexual ter surgido na semana passada, após reportagem investigativa do The New York Times. 
De acordo com o site, a empresa possui contrato que determina que Weinstein poderia ser processado diversas vezes por assédio sexual, e desde que ele pagasse pelos danos, o produtor não poderia ser demitido. O TMZ teve acesso privado ao contrato de trabalho de Weinstein de 2015, que diz que se ele fosse processado por assédio sexual ou qualquer outra "falta de conduta" que resultasse em acordo judicial ou julgamento contra a TWC, tudo o que Weinstein teria de fazer seria pagar o que a empresa devesse, junto com uma multa.
Segundo o TMZ, o contrato diz que se Weinstein "tratasse alguém indevidamente violando do Código de Conduta da empresa", ele deveria reembolsar a TWC por acordos ou sentenças. Além disso, o documento determinaria: "Você [Weinstein] pagará a empresa danos líquidos de US$ 250.000 para a primeira ocorrência, US$500.000 para a segunda ocorrência, US$750.000 pela terceira e US$1.000.000 para cada ocorrência adicional".
O contrato diz que desde que Weinstein pagasse, isso constituiria uma "cura" pela falta de conduta e nenhuma outra ação poderia ser tomada. Tradução: não importa quantas vezes Weinstein fosse acusado de assédio, desde que ele fizesse um cheque, ele manteria seu emprego.
Weinstein só poderia ser demitido pelo conselho de diretores da empresa caso ele fosse indiciado ou acusado de um crime, mas o contrato possui uma linguagem específica que não se aplica nesse caso. Explicamos: Harvey poderia ser demitido pela "perpetuação por você [Weinstein] de uma fraude material contra a empresa". Lance Maerov, o membro do conselho que negociou o contrato de Weinstein em 2015, disse em uma entrevista - e o site TMZ confirmou a informação - de que o conselho da TWC sabia que Weinstein havia feito acordos judiciais anteriores com várias mulheres, mas eles "pensavam" que Weinstein estivesse apenas tentando esconder casos consensuais. Portanto, os casos de assédio não constituiriam fraude por parte do produtor. 
Para finalizar, mesmo que a Weinstein tivesse cometido uma fraude sem informar completamente o conselho, o contrato diz que antes de poder ser demitido, ele tem direito à mediação e, se isso não funcionar, ele teria também direito a uma arbitragem. O produtor não obteve nenhum dos dois. Ele foi sumariamente demitido sem justificativas e portanto teria razões para processar a TWC pela demissão. 
Entendo o caso
Uma investigação do jornal "The New York Times" revelou na semana passada que havia vários casos de assédio sexual contra Weinstein encobertos. Muitos envolviam antigas funcionárias que trabalharam com ele nos últimos 30 anos.
Angelina Jolie foi uma das vítimas. "Tive uma péssima experiência com Weinstein na juventude e como resultado decidi nunca mais trabalhar com ele, e alertei outras sobre isso", contou. "Seu comportamento a respeito das mulheres em qualquer esfera ou país é inaceitável".  Segundo a atriz, o diretor a assediou sexualmente em 1990 durante o lançamento do filme "Corações Apaixonados".
Em um comunicado, sua representante, Sallie Hofmeister, negou as acusações. "Qualquer alegação de sexo não consensual são inevocavelmente negadas por Weinstein. Ele confirmou que não houve nenhum ato de retaliação contra nenhuma das mulheres após elas recusarem suas investidas".
Além de Angelina e Gwyneth, outras famosas como Rosanna Arquette, Tomi-Ann Roberts, Katherine Kendall, Judith Godrèche e Dawn Dunning também fizeram acusações do mesmo tipo. O escândalo fez Weinstein ser demitido da produtora que levava seu nome.

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