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domingo, 15 de outubro de 2017

@work | Equidade de gêneros: contra fatos não há argumentos

A atriz Patricia Arquette, em cerimônia do Oscar, em 2016. Ela briga pela equiparação salarial em Hollywood (Foto: Getty Images)

Marie Claire

13.10.2017 - POR GAL BARRADAS

Por que ainda precisamos falar sobre equidade de gêneros no Brasil e no mundo

Em 2015, assistimos estrelas hollywoodianas como Patricia Arquette e Meryl Streep se manifestando contra a desigualdade salarial em plena cerimônia do Oscar. Em 2016, várias atrizes como Scarlet Johansson e Natalie Portman tornaram pública a mesma questão em suas carreiras, e Arquette declarou que aquele discurso do ano anterior lhe custou alguns papéis. :-/

Em 2017 foi a vez de Robin Wright, protagonista de House of Cards - o primeiro grande sucesso da Netflix - dar publicidade ao mesmo assunto.

Gente, para pra pensar: se esta crise existe em Hollywood, como será para o resto da humanidade?


No caso de Robin Wright, ela usou dados para mostrar que seu personagem era mais popular que o do colega Kevin Spacey, também protagonista da série. Com este dado, ela argumentou e venceu a batalha pela igualdade salarial.

Pois é sobre dados que quero falar hoje. Será que as pessoas conhecem os números que marcam as questões de gênero no Brasil e no mundo? Será que as pessoas têm noção do quanto isto impacta a sociedade e a economia?

Por exemplo, fico me perguntando se as pessoas sabem que as mulheres serão o motor do mercado de trabalho nas economias em desenvolvimento. No Brasil, segundo projeção do IBGE, até 2030 a população economicamente ativa feminina avançará numa proporção 50% maior que a masculina.

Ao mesmo tempo, me pergunto se as pessoas sabem que a ONU projeta 100 anos para que haja igualdade de gêneros em todo o mundo (isso mesmo, 100 anos!!!).

Um estudo da McKinsey realizado em 95 países aponta que US$28 trilhões seriam adicionados à economia global até 2025 se todos os países atingissem a plena igualdade econômica entre homens e mulheres.

Estudo do Instituto Peterson (EUA) confirmou que empresas com mulheres na cúpula tendem a ter 15% a mais de receita líquida - isso acontece porque empresas onde há diversidade criam um ambiente mais justo, mais tolerante e mais criativo para o enfrentamento de problemas. Isto eleva a produtividade e tem impacto natural no resultado.

Por outro lado, me pergunto se as pessoas sabem que entre as 500 maiores empresa brasileiras, apenas 11% têm mulheres no topo.

Existem muitos dados e projeções disponíveis sobre as questões de gênero e proponho que usemos os dados para fortalecer o nosso discurso.

No Brasil de hoje, por exemplo, não há mais motivo para que as mulheres sejam tolhidas de disputar funções, cargos e ideias, uma vez que sua posição na sociedade e na economia já mudou: há mais mulheres se formando nas Universidades (12,5% completam a graduação versus 9,9% dos homens), 52% dos  micro e pequenos empreendedores formais brasileiros são mulheres, e mais de 40% das famílias já são chefiadas por elas, mostram dados do IBGE.

Voltando à questão salarial, é importante que você, leitor ou leitora, saiba que no Brasil as mulheres ganham em média 70% do valor que ganham os homens. Por que as mulheres devem continuar aceitando isso? Não há justificativa.

Como uma forma de combater a desigualdade, a ONU Mulheres lançou neste ano o lema "As mulheres no mundo do trabalho em transformação: por um planeta 50-50 em 2030", com objetivo de valorizar passos decisivos para a equidade de gênero.

Ainda estamos longe da realidade desejada, mas já demos alguns passos importantes porque estes temas estão sendo cada vez mais discutidos, expostos e comentados. E é somente jogando luz sobre os problemas que podemos acabar com eles.

E já que começamos o artigo comentando fatos americanos, encerro com uma frase do presidente americano John Kennedy: “Todos nós temos talentos diferentes. Mas gostaríamos de ter as mesmas oportunidades para desenvolver nossos talentos”.

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