Estudos do qual ela participou renderam a cientistas homens prêmios Nobel de Química e Medicina.
El País
ISABEL VALDÉS
ISABEL RUBIO
20 FEV 2018
Rosalind Franklin (1920-1958) é uma dessas cientistas cujo trabalho não obteve o reconhecimento que merecia: ela capturou a foto que demonstrou que o DNA era uma dupla hélice. Foram James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins, entretanto, que ganharam o Nobel de Medicina em 1962 por seus descobrimentos sobre a estrutura molecular dos ácidos nucleicos, quatro anos após a morte da cientista britânica por um câncer nos ovários. Sua pesquisa também serviu como base para compreender o RNA, o carvão, o grafite e os vírus.
A vida de Rosalind Franklin foi recheada de obstáculos que foi superando para dedicar-se à ciência. Educada em uma família judaica, passou sempre com honras pelo colégio e os estudos superiores, mas precisou do apoio de algumas das mulheres de sua família para poder ir à universidade: seu pai não concordava que estudasse e lhe pediu que desse a bolsa que havia conseguido a algum estudante que a merecesse. Franklin continuou seu caminho e se doutorou na Universidade de Cambridge em 1945; e fez parte de diversas equipes de pesquisa: na Associação Britânica para a Pesquisa do Uso do Carvão, no Laboratório Central de Serviços Químicos do Estado em Paris, no King’s College e, por último, no Birkbeck College, onde contou com equipe própria e onde desenvolveu um importante trabalho com a estrutura molecular dos vírus, cuja continuação levaria seu colega Aaron Klug a ganhar o Nobel de Química em 1982.
Biofísica britânica é a segunda cientista retratada numa série sobre Mulheres na Ciência publicada pelo EL PAÍS até 8 de março
"A ciência, para mim, explica parte da vida. Até onde chega, se baseia em acontecimentos, experiências e experimentos", afirmou, certa vez.
A biofísica britânica é a segunda cientista retratada pela série sobre Mulheres na Ciência publicada pelo EL PAÍS até o dia 8 de março, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Assim como a cientista que ajudou a desvendar o DNA (e cujos estudos foram a base para a premiação de colegas homens), as mulheres sempre estiveram presentes em todos os níveis do universo científico, embora a importância da maioria delas tenha sido relegada a segundo plano pela história. Este especial é inspirado no livro As Cientistas: 50 Mulheres que Mudaram o Mundo, de Rachel Ignotofsky (lançado no Brasil pela editora Blucher).
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