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domingo, 18 de fevereiro de 2018

O novo (e ultrajante) manual da esposa perfeita, segundo a ciência

Pesquisas científicas continuam tentando desenhar a mulher ideal para o homem: "Ria das piadas dele”, diz um estudo

SARAH PALANQUES TOST
12 FEV 2018
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Na literatura não é difícil descobrir alguns exemplos de machismo mais ou menos dissimulado. Analisar quão compridas têm de ser as nossas pernas para que sejam atraentes ou determinar o tamanho ideal do peito é apenas alguns exemplos um tanto óbvios e infantis, certo? Mas, o que acontece quando os estudos exaltam outro tipo de qualidade, como a bondade ou a paciência? Pois em muitas ocasiões não nos damos conta que estamos diante de uma situação conhecida como “o patriarcado do consentimento”, explica Mercedes Cano, coach especialista em igualdade. “O patriarcado é muito hábil e se adapta muito bem àquilo de que necessita e, em vez de te dizer que você não é capaz de fazer algo, o que faz é te elogiar, isto se conhece como machismo sutil”, prossegue Cano. É precisamente do machismo sutil que se nutre a compilação seguinte de estudos científicos que pretendem escrever o ABCD da esposa perfeita. Nós os examinamos:
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Busque um marido mais velho que você  
Idealmente você deveria ter entre 2 e 4 anos menos que seu marido. É o que confirma um estudo publicado no Journal of Sex Research, no qual se revela que os homens estão mais satisfeitos com suas relações e vida sexual quando suas parceiras são de 2 a 4 anos mais jovens que eles. Se você já está em idade pós-menopausa, então se esqueça de ser a mulher de alguém, ou por acaso não leu o estudo de impacto mundial publicado na PLOS Computational Biology que revelou que as mulheres mais velhas se tornam inférteis porque os homens não as acham atraentes? Talvez seu caso seja outro, como afirma Maxwell Burton-Chellew, biólogo da Universidade Oxford, que, em declarações a The Telegraph, disse que "os homens sentem menos atração pelas mulheres pós-menopáusicas porque já não podem ter filhos, e não o contrário”. Logo, nunca envelheça, por favor.
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Ria das piadas dele  
Assim explica um estudo realizado no Westfield State College, EUA, que afirma que os homens se sentem mais atraídos pelas mulheres que riem de suas piadas. "O fato de que uma pessoa, homem ou mulher, ria constantemente das gracinhas da outra, valida sempre suas atitudes, reforça seu modo de ser e, como resultado, eleva sua autoestima. Ter constantemente uma pessoa que na subordinação incondicional aplauda, costuma causar prazer”, explica Carmen Espinosa Pintos, psicóloga especialista em violência de gênero.
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Nada de mentirinhas, hein?  
Um estudo cujos resultados foram publicados no Journal of Research in Personality revelou que as pessoas às quais se atribui a palavra “honesto” parecem estar mais em forma, em melhor estado de saúde e com uma cara mais amável, feminina e atraente. Uma das conclusões do estudo é que os homens preferem ter uma mulher honesta quando se trata de estabelecer uma relação de casal de longo prazo. Por que esses dados foram concluídos numa linha sexista? Nesse clichê se espera que as mulheres sejam boas. Não é que dos homens se espere o contrário, mas neles ter malícia está associado a inteligência, adaptabilidade ao contexto. É curioso que, sendo a mesma característica, nas mulheres ter malícia ou pensar em seu próprio interesse se associe com ser egoístas, com não ser boas.
O que é mais importante, o físico ou a personalidade? Um grupo de pesquisadores se fez esta pergunta ao desenvolver um experimento no qual se examinou a influência da personalidade sobre as percepções do atrativo físico. Numa mostra de 2.157 estudantes universitários lhes foram atribuídas aleatoriamente grupos de pessoas que teriam de avaliar e depois dizer quais lhes pareciam mais atraentes. Alguns dispunham de informações sobre sua personalidade, outros, não. Os resultados: os estudantes que receberam informações sobre a personalidade das pessoas consideraram atraentes tipos com físicos diferentes. Um espectro muito maior do que no grupo dos que não foram informados da personalidade do indivíduo. Esses resultados sugerem que os sinais não físicos influem na percepção da beleza física... e características como amabilidade e assertividade nos transformam em pessoas atraentes. Desculpe, em mulheres atraentes. Eu me esqueci de explicar que os 2.157 avaliadores eram homens analisando mulheres para, desse modo, saber de uma vez por todas como temos de nos comportar.
Seja amável e assertiva  
O que é mais importante, o físico ou a personalidade? Um grupo de pesquisadores se fez esta pergunta ao desenvolver um experimento no qual se examinou a influência da personalidade sobre as percepções do atrativo físico. Numa mostra de 2.157 estudantes universitários lhes foram atribuídas aleatoriamente grupos de pessoas que teriam de avaliar e depois dizer quais lhes pareciam mais atraentes. Alguns dispunham de informações sobre sua personalidade, outros, não. Os resultados: os estudantes que receberam informações sobre a personalidade das pessoas consideraram atraentes tipos com físicos diferentes. Um espectro muito maior do que no grupo dos que não foram informados da personalidade do indivíduo. Esses resultados sugerem que os sinais não físicos influem na percepção da beleza física... e características como amabilidade e assertividade nos transformam em pessoas atraentes. Desculpe, em mulheres atraentes. Eu me esqueci de explicar que os 2.157 avaliadores eram homens analisando mulheres para, desse modo, saber de uma vez por todas como temos de nos comportar.
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Deixe suas neuroses dentro do armário  
O que um homem buscará em você é que seja “estável”, e não neurótica. E não, isso não está num estudo vitoriano. Está num estudo de 2015 da Psychology, no qual também esclarecem que se você é extrovertida, atlética e inteligente, melhor ainda. No estudo foram consultados 158 homens com idade média de 24,5 anos que tiveram de qualificar 16 mulheres hipotéticas para sua idoneidade como companheiras de longo prazo. "Com este mecanismo se induz as mulheres a pensar que lhes corresponde uma determinada forma de agir pelo mero fato de ser mulher”, explica Mercedes Cano.

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