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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

★ 1° edição do Women in the Industry promove discussão sobre participação das mulheres no mercado audiovisual brasileiro


Com Marina Person e Vera Egito como convidadas, evento que acontece no dia 28, na Vila Madalena, debate a força da produção de diretoras e roteiristas

B9


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Mulher e cinema andam juntos desde a invenção dos primeiros cinematógrafos no fim do século 19, mas o mercado audiovisual nunca pareceu muito amigável a esta interação. Embora a História da sétima arte tenha muito a agradecer às experimentações de Alice Guy Blanché e seja povoada por nomes de grandes diretoras, como Ida Lupino e Agnès Varda, sua indústria mantém um histórico preocupante, já que quase sempre prioriza a consagração de homens.

No Brasil, esta situação é ainda mais alarmante. Em levantamento realizado pela ANCINE, dos 142 longas-metragens nacionais lançados comercialmente no país em 2016, somente 19,7% foram dirigidos por mulheres e 16,2% foram roteirizadas por elas. É por conta deste cenário, que a Escola Britânica de Artes Criativas (EBAC) sedia a partir deste mês o Women in the Industry, ação que visa promover a discussão sobre a importância e a força da produção das mulheres nos rumos da indústria criativa. O objetivo é levar uma série de debates mensais e abertos ao público, que serão realizados na sede da escola, na Vila Madalena. A primeira edição com enfoque no processo criativo de diretoras e roteiristas, acontecerá no dia 28, terça-feira, com as presenças das cineastas Marina Person e Vera Egito.

Como parte de um dos incentivos que a escola promove em apoio ao aumento da participação das mulheres no mercado audiovisual, o Women in the Industry também vem para elucidar a necessidade de melhorar o funcionamento de uma indústria que já foi mais amigável para as mulheres. Um bom exemplo disso está no passado de Hollywood, a Meca financeira da sétima arte. De sua fundação no começo do século 20 até 1925, cerca de metade da produção era comandada por mulheres. Com tudo, no decorrer dos anos, este mercado foi se tornando majoritariamente masculino, restringindo o trabalho das profissionais a funções menores ou em trabalhos a frente das câmeras. Tanto que o Oscar, o principal prêmio da indústria americana, concedeu até hoje o prêmio de Melhor Diretor e Melhor Filme a apenas um trabalho dirigido por uma mulher – Kathryn Bigelow, por “Guerra ao Terror” – que até este ano não tinha nomeado nenhuma diretora de fotografia à disputa da estatueta de Melhor Fotografia.

A cineasta Vera Egito
Se lá fora a situação atual é difícil, em terras brasileiras não é muito diferente, ainda que o trabalho feminino venha ganhando visibilidade. Os números divulgados pela ANCINE denotam com clareza a falta de espaço da produção feminina no mercado, reflexo do que acontece na televisão, já que somente 15% dos projetos para o meio foram conduzidos por mulheres. Nos últimos anos do cinema nacional, as produções comandadas por diretoras ganharam amplo destaque, principalmente, pelo celebrado “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert e aos recentes trabalhos, “O Animal Cordial” e “As Boas Maneiras”. As duas últimas produções trouxeram a discussão de gênero e chamaram a atenção do público. Outro trabalho bastante celebrado foi o da própria Person, que em 2015 lançou o bem recebido drama adolescente “Califórnia”.

A pesquisa feita pela ANCINE revela que as profissionais do audiovisual brasileiro estão concentrados aos cargos de produtoras ou diretoras de arte, 41 e 58% respectivamente, enquanto no campo da direção de fotografia, elas ainda representam 8% do mercado.

Hoje, o cinema nacional movimenta em torno de 25 bilhões de reais ao ano e representa 28% das produções lançadas no circuito comercial. Com mais de 15 milhões de espectadores levados aos cinemas para assistir filmes brasileiros até o momento, tudo aponta que o ano de 2018 vá superar com tranquilidade os 17,84 milhões do público total de produções nacionais de 2017, um crescimento considerável que só aumenta as possibilidades de diversificação entre os profissionais do mercado audiovisual no país.

Para quem tem interesse em ingressar neste mercado, A EBAC (Escola Britânica de Artes Criativas) oferece uma variedade de cursos de especialização voltados para as áreas de cinema e TV. Saiba mais aqui.

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