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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

7 médicos são acusados de homicídio por recusar aborto na Itália

por: Yuri Ferreira
A Justiça Italiana indiciou por homicídio culposo sete médicos que se recusaram a fazer um aborto em uma mulher que passava por uma gravidez de risco. A informação é do jornal inglês Financial Times.


Valentina Miluzzo estava grávida de trigêmeos, uma gestação complexa que envolve muitos riscos para a gestante. Sabendo que os bebês não nasceriam, Miluzzo preferiu fazer um aborto para que conseguisse sobreviver. Entretanto, sete médicos italianos se recusaram a realizar o procedimento, o que levou à morte de Valentina.
O aborto é legalizado na Itália, apesar de muito estigmatizado – estamos falando de um dos países mais católicos do mundo. O médico italiano também tem direito de se recusar a fazer a intervenção cirúrgica por ‘objeção moral‘.
Valentina morreu posteriormente devido a complicações da gravidez e agora a Justiça Italiana apura o caso e indiciou os médicos pelo crime de homicídio doloso – quando há intenção de matar.
“O médico me disse ‘olha, não existe esperança para os bebês, mas mesmo que a Valentina esteja sofrendo, nós não podemos fazer nenhuma intervenção enquanto ouvirmos os corações dos bebês”, afirmou Salvatore Miluzzo, pai da jovem, em entrevista ao Financial Times.

No caminho contrário

Enquanto a judiciário italizano busca fazer justiça a aparente irresponsabilidade dos médicos que se recusaram a fazer o aborto em Valentina, determinados setores no Brasil andam no caminho da criminalização de mulheres que abortam
Em agosto desse ano, uma mulher foi presa dentro de um hospital após dar entrada com fortes dores. Os médicos diagnosticaram um possível aborto instantâneo – consequência da ingestão de remédios. A polícia prendeu a gestante em flagrante e a liberou apenas um ano depois. Os inquéritos e laudos demonstraram que se tratava, de fato, de um aborto espontâneo.
O vereador de São Paulo, Fernando Holiday, apresentou um projeto de lei esse ano que buscava legalizar a internação psiquiátrica do que ele cunhou como “grávidas propensas ao aborto”. O PL foi duramente criticado porque abria precedente para internar mulheres que tentam fazer abortos ilegais. Segundo advogados, o projeto é inconstitucional.
No Brasil, a cada dois dias, uma mulher morre vítima de abortos inseguros. Portanto, é necessário conscientizar as pessoas e começar a tratar esses casos com maior discernimento.

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