Elizabeth Cochran Seaman foi uma jornalista, nascida em 5 de maio de 1864, Pensilvânia, EUA, mas era mais conhecida sob o nome de Nellie Bly.
Ela é mais conhecida por sua viagem de circunavegação do globo em 72 dias, simulando a viagem ficcional de Phileas Fogg, no livro de Júlio Verne. Mas aqui, vamos revisitar a história de uma mulher corajosa, inspiradora e à frente do seu tempo.
Seu pai quando ela era muito jovem, deixando a mãe e mais 14 irmãos. Ainda adolescente ela já almejava trabalhar e ter uma carreira, algo não usual para mulheres da época. Ela não entendia e muito menos aceitava que o papel das mulheres deveria ser restrito ao lar e desde cedo decidiu que faria diferente.
Seu pai quando ela era muito jovem, deixando a mãe e mais 14 irmãos. Ainda adolescente ela já almejava trabalhar e ter uma carreira, algo não usual para mulheres da época. Ela não entendia e muito menos aceitava que o papel das mulheres deveria ser restrito ao lar e desde cedo decidiu que faria diferente.
Elizabeth leu uma matéria num jornal local intitulada “What Girls Are Good For” (“Para o quê as garotas são boas”) e prontamente ela, bastante chateada, escreveu uma carta para o editor, George Madden.
George ficou tão impressionado com a atitude e escrita de Elizabeth, que ele acabou a convidando para escrever um artigo para o seu jornal e posteriormente para um cargo permanente. Nesse momento ela passa a usar o pseudônimo Nellie Bly.
A partir de então ela escreveu sobre diversas temáticas que diziam respeito especialmente sobre os direitos das mulheres, o que era bastante incomum, uma vez que os textos para mulheres tratavam apenas sobre moda, família, jardinagem…
Ela também escrevia artigos denunciando, por exemplo, as terríveis condições das mulheres que trabalham. Prática a qual acabou fazendo com que ela fosse realocada para a seção de notícias femininas (aquelas de moda, jardinagem). Insatisfeita, ela foi para o México e seguiu como correspondente internacional por seis meses (publicando, em 1888, o livro chamado “Six Months in Mexico”) e, pouco tempo depois, ela pediu sua demissão e partiu para Nova Iorque (em 1887).
Foram meses sem trabalho até ela conseguir sua primeira matéria, onde ela iria investigar um hospital psiquiátrico (o “Women’s Lunatic Asylum”, em Blackwell’s Island), ela mesma como paciente. Seriam 10 dias, talvez os mais terríveis de toda a vida dela.
Os rumores sobre o hospital eram terríveis, mas sem nenhuma confirmação oficial. Os rumores de que os funcionários tinham comportamentos abusivos e assim, nenhum paciente jamais falara nada sobre o hospital.
O hospital comportava o dobro de pacientes que ele era destinado. As refeições eram basicamente pão seco, carne estragada, sopa aguada e água suja, sem mencionar os ratos por todo o hospital.
Elizabeth conheceu muitas mulheres que não tinham nenhum distúrbio psicológico, mas que apenas ou eram pobres ou não falavam inglês. As pacientes que realmente apresentavam algum distúrbio, não tinha tratamento adequado.
Todas elas eram abusadas, agredidas, amarradas, e obrigadas a se banhar em água fria, ao invés de chuveiros. Os médicos ignoravam as denúncias de abuso e quem denunciava era punido. Como Elizabeth relatou:
O que, exceto a tortura, poderia gerar insanidade mais rápido do que este tratamento? Aqui uma classe de mulheres foi enviada para ser curada. Gostaria que os médicos especialistas, que me condenaram por minhas ações, que provaram suas habilidades, que peguem mulheres perfeitamente saudáveis e sãs, que calem suas bocas e as façam sentar das seis da manhã às 8 da noite em bancos duros, que não deixem que elas falem ou se movam durante essas horas, sem dar-lhes nada para ler ou conhecimento sobre o mundo lá fora, dando-lhes comida de péssima qualidade e um tratamento brutal, e vejam quanto tempo levará para que elas se tornem loucas. Dois meses as destruiriam mental e fisicamente.
De acordo com o combinado, um advogado foi buscar Elizabeth após os 10 dias.
Saindo de lá, ela se dedicou a escrever seu livro “Ten Days in a Mad-House” (“Dez dias em um hospício”). As denúncias contidas no livro fizeram o governo tomar providências e decretar mudanças no hospital, que mudaram radicalmente (para melhor) as condições dos pacientes. Inclusive, umas das principais recomendações era que apenas pessoas severamente doentes fossem enviadas aos hospitais. Ela também conseguiu que o orçamento do Departamento de Correções e Caridade fosse aumentado em 850 mil dólares.
Elizabeth ficou conhecida por todo o país e seguiu escrevendo sobre pobreza, política e outras questões sobre as quais as mulheres anteriormente não tinham opinião (ou melhor, não podiam expressar suas opiniões). Seus textos e denúncias ajudaram a mudar a sociedade e a inspirar outras mulheres a seguirem o caminho não usual e desafiar os padrões de gênero há muitas décadas.
Ela também foi uma prolífica inventora, tendo recebido patentes para embalagens de leite e cestos de lixo e por um certo período, ela foi a única mulher a liderar uma indústria no país (ela foi presidente da Iron Clad Manufacturing Co.).
Elizabeth faleceu ainda jovem, certamente com muito por fazer ainda, aos 57 anos, em 1922, mas ela pode ainda, dois anos, ter a alegria e a conquista das mulheres terem direito ao voto (em 1913 ela cobriu a Parada Sufragista, e em seu texto previa que logo as mulheres poderiam votar nos Estados Unidos).
O texto acima foi baseado na publicação original em inglês “Reporter was locked in mental hospital for 10 days, when her true identity was revealed, the doctors were shocked“, com informações adicionais da autora.
Em 2015 foi lançado um filme sobre sua história no hospício e o trailer pode ser conferido aqui! E um documetário aqui, em inglês, sobre o legado de Elizabeth.
Fonte da imagem destacada: Google (veja o Google Doodle em homenagem a Nellie Bly aqui!)
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