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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Conheça a história de Margaret Hamilton, a programadora que salvou a missão à Lua


Hamilton criou um código que previu um bug durante a chegada de Neil Armstrong e Buzz Aldrin à Lua, em 1969
19/07/2019 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
Aos 25 anos, ela liderou o time do Laboratório de Instrumentação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).  (Foto: MIT)












Três minutos antes da missão Apollo 11 pousar na Lua, há 50 anos, o sistema de voo emitiu um alerta de emergência no qual avisava que o software estava sobrecarregado e não poderia completar todas as tarefas. O computador, porém, já estava programado para priorizar as ações mais importantes, se restaurar e se estabilizar. O bug havia sido previsto e salvou a mais importante missão espacial da história – e permitiu o "grande passo para a humanidade", nas palavras de Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua. Um nome pouco conhecido estava por trás desse planejamento: a desenvolvedora Margaret Hamilton.

“Se o computador não tivesse reconhecido esse problema e tomado uma ação de recuperação, duvido que a Apollo 11 tivesse tido o pouso bem-sucedido na Lua”, escreveu Hamilton, em 1971, na revista Datamation. O resultado, catastrófico, teria levado à morte dos dois astronautas que pousaram na Lua na ocasião: Neil Armstrong e Buzz Aldrin.
Natural da cidade de Paoli, no estado americano de Indiana, ela se formou em matemática pela Universidade do Michigan. Em 1961, ela se tornou, aos 25 anos, a primeira engenheira de programação e a primeira mulher a fazer parte do projeto Apollo da NASA, responsável pela missão que levaria o homem a pisar na Lua em 20 de julho de 1969. O trabalho, que começou como temporário para ajudar nas despesas da família enquanto o seu marido estudava, se tornou fundamental para a missão Apollo 11.
Na mesma época, a engenheira, que hoje tem 82 anos, liderou o time do Laboratório de Instrumentação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A função da equipe era criar um software para o Computador do Comando Apollo. O software deveria conectar a base de comando, o Columbia, ao módulo lunar, o Eagle.
Antecipar vários cenários e possível bugs fez parte do mindset de Hamilton durante todo o desenvolvimento do código de programação da equipe. Um dia, sua filha Lauren, que visitava a mãe no trabalho, causou um "bug" nas simulações ao acionar o programa de pré-lançamento enquanto a missão estava em pleno voo. Hamilton reportou o recém-descoberto "bug da Lauren" a seus superiores, que acreditavam que os astronautas eram muito bem treinados para acabar repetindo esse erro.
A missão Apollo 8, que realizou o primeiro voo até a órbita da Lua, no entanto, teve que ser reconfigurada quando um astronauta se deparou com o mesmo bug. O resultado? Hamilton corrigiu o programa.
Hamilton ao lado do software de navegação que ela e sua equipe no MIT produziram para o projeto Apollo. (Foto: MIT)
















Pioneirismo
No começo, segundo Hamilton, ninguém levava a equipe a sério. Na época, a programação de software não era considerada tão importante quanto o desenvolvimento de hardware. Mas, o grupo liderado pela programadora foi ganhando espaço e chegou a ter 100 engenheiros de software.
Inclusive, o nome “engenharia de software” foi popularizado pela própria. Na época, ciência da computação e engenharia de software ainda não eram disciplinas nas faculdades. Hamilton começou a associar a sua função com o termo “engenharia” para ganhar mais reconhecimento dentro da NASA e do MIT. “Foi por desespero que inventei o termo”, diz Hamilton, ao The Guardian.
Mesmo assim, Hamilton diz que sua equipe tinha total confiança dos líderes, exatamente por ser uma área considerada um mistério para eles. "Respeito mútuo estava em todos os sentidos. Nós éramos as pessoas mais sortudas do mundo. Não havia escolha senão ser pioneiros", escreveu Hamilton, em um artigo de 2008 para a Sociedade da Computação IEEE.
Apesar de hoje serem poucas, as mulheres tinham mais espaço na área de desenvolvimento de software, exatamente porque a área era vista como menos importante. "Eles simplesmente viam a programação de computadores como um trabalho fácil. Era como digitar ou arquivar para eles e o desenvolvimento de software era menos importante que o desenvolvimento de hardware. Então, as mulheres programavam e até informavam seus colegas do sexo masculino sobre como fazer o hardware”, reporta a jornalista Rose Eveleth em artigo na revista Smithsonian.
Legado
Depois da missão Apollo 11, partes do código criado por Hamilton ainda foram usadas na Skylab, a primeira estação espacial da NASA. Mais tarde, o código ainda foi incorporado no programa do ônibus espacial.
Hamilton recebendo a medalha, em 2016, do ex-presidente Barack Obama  (Foto: Chip Somodevilla/Getty Images)










Em 2016, o trabalho de Hamilton foi reconhecido pelo governo norte-americano. Ela recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honra para um cidadão dos Estados Unidos em uma cerimônia que contou com a presença de Bill Gates. “Ela simboliza aquela geração de mulheres anônimas que ajudaram a enviar a humanidade ao espaço”, disse na ocasião o ex-presidente Barack Obama.
Hoje, a programadora tem a sua empresa, a Hamilton Technologies. Fundada em 1986, Hamilton oferece produtos e serviços de engenharia de sistemas e softwares para outras empresas.

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