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sábado, 22 de dezembro de 2012


Cinco anos de educação sexual, um ‘compromisso democrático’

SEMlac
Serviço de Noticias da Mulher da América Latina e Caribe
Adital
Tradução: ADITAL
Por Isabel Pérez


Por ocasião de seu quinto aniversario, o Programa de Educação Sexual do sistema formal de educação publica realizou, junto ao Parlamento uruguaio, uma jornada denominada "A educação sexual como promoção de direitos”.
Na jornada, que teve muito de celebração, participaram representantes nacionais, autoridades da Administração Nacional de Educação Publica, da Universidade da República e crianças e adolescentes de distintos centros educativos de Montevidéu e do interior do pais.
Também estiveram presentes representantes do Instituto Nacional das Mulheres, do Ministério de Desenvolvimento Social e do Fundo de População da ONU.
Quem vivenciou cotidianamente nas aulas a educação sexual teve um papel protagônico na atividade, ao realizar uma apresentação audiovisual sobre sua percepção da educação sexual recebida e seus direitos na matéria.
O caráter universal do acesso a essa politica tão recente –nascida no final do ano de 2006, e obrigatória desde 2008 nas salas de aula uruguaias-, e sua incorporação à politica educativa geral como transversal e estratégica foram assuntos de destaque por parte dos que abriram a instância reflexiva.
Na perspectiva proposta, a contribuição da educação sexual à diminuição de desigualdades e discriminações é um dos principais motores para a defesa de sua sustentação e aprofundamento no sistema educativo formal.

Promoção de igualdade
Durante a jornada, ressaltou-se a importância da promoção dos direitos através da educação sexual. Enfatizou-se como o Estado garante o conhecimento necessário para o exercício dos mesmos através de seu ensino. Isso possibilita o reconhecimento dos próprios direitos bem como o reconhecimento dos outros como iguais, portadores dos mesmos direitos cidadãos.
"Propomos a educação sexual como promoção de direitos que tem a ver em primeiro lugar com o reconhecimento desses direitos e, em segundo lugar, com a convicção de que, sem uma intervenção a partir das politicas publicas em geral e das educativas, em particular, nem todos os indivíduos estão em condições de conhecê-los e de exercê-los”, assegurou a professora Beatriz Abero, responsável pela formação docente de educação sexual.
Ao mesmo tempo, não seria possível uma politica educativa sem formação do corpo docente, elemento chave que consolidou a continuidade da educação sexual e da reflexão ativa sobre os posicionamentos necessários para abordar a sexualidade em sala de aula de maneira respeitosa e promotora da diversidade.

Saber, para saber atuar
Virginia Espósito, mestra consultada no audiovisual realizado para o evento, sustenta que é "importante que a educação sexual exista na escola basicamente porque é um direito das crianças”.
Porém, além disso, porque se como pais ou mães não quisermos ou não pudermos falar sobre esses temas com nossos filhos, "a mestra o faz a partir de um marco normativo”.
As mudanças que Virginia vislumbra em crianças de sua escola, que leva dois anos implementando um projeto de educação sexual, tem relação com que se expressam com mais liberdade, o que faz pensar que "incorporaram o tema como algo comum na escola”.
Ao mesmo tempo, isso permite que "já não tenham que pedir permissão” para trabalha-lo, pois é um tema educativo a mais.
Lucas, um menino da escola 72, diz que, entre outras coisas, aprendeu com a educação sexual que se forem tocados insistentemente por alguém já é uma violação”.
Karen, de 9 anos, destaca a atividade didática do trabalho que realizaram no marco da educação sexual e tinha como objetivo fazer perguntas anônimas "para que ninguém ficasse com vergonha”. As perguntas eram respondidas pela professora ou por especialistas com convidados;
Por seu lado, uma adolescente do ensino médio disse que o que mais gostou foi quando falaram sobre "os gêneros e a orientação sexual”, enquanto que outra destaca a conversa sobre tipos de violência, pois, "muitas vezes há colegas que estão vivendo e é bom que se sintam identificados para poder falar”.
Agustín, estudante de formação docente, assegura que a educação sexual é importante "no ensino médio e em outros níveis de formação para prevenir, por exemplo, certos níveis de discriminação, por orientação sexual diferente” ou por identidade sexual.
O jovem de 28 anos considera que, com a recente aprovação da despenalização do aborto, é importante poder explicar que "isso não significa que não se deva temer nenhum tipo de precaução; mas, que deve ser a ultima opção. E a escola é o lugar adequado para aproximar-se dessa maneira dos adolescentes”.
Abero, referente de formação docente em educação sexual afirma a SEMlac que "conversar sobre as temáticas de educação sexual nas aulas, a partir de uma dimensão de direitos, analisando o modo em que a diferença acaba se transformando em desigualdade e iniquidade, como resultado das relações de poder, permite superar as perspectivas reducionistas e contribui não somente com informação, mas também com o sentido da formação da cidadania e o compromisso democrático.

http://www.adital.com.br/?n=chjd

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