2 443373 45911186 Vinícius Sgarbe 300x199 Raiva e ansiedade: dois lados da mesma moeda?
A raiva é ruim para todos. Pode levar a problemas de saúde, violência e sofrimento para o próprio indivíduo e para a família. Esse sentimento é ainda pior para quem sofre com algum tipo de transtorno ansioso. De acordo com pesquisadores a raiva, nesses indivíduos, está relacionada com a piora da condição.

“Pouco sabíamos sobre a irritabilidade, a raiva e os transtornos ansiosos”, explica Michel Dugas, líder do time de pesquisadores e principal autor do estudo. De acordo com Dugas, os transtornos ansiosos têm em comum o excessivo e incontrolável sentimento de preocupação com quase todos as tarefas rotineiras. As pessoas com transtornos ansiosos também antecipam acidentes, desastres, se preocupam demais com a saúde, dinheiro e têm pensamentos negativos sobre quase tudo, incluindo os relacionamentos.
No estudo, Dugas e Sonya Dechênes – outra autora do artigo publicado no periódico Cognitive Behaviour Therapy – analisaram mais de 380 pacientes com o chamado Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Os resultados demonstraram que os indivíduos que sofriam de TAG e que enfrentavam situações de hostilidade, internalizavam os sentimentos e ficavam ainda mais ansiosos.
“Nesse ponto, quando enfrentam uma situação ambígua – que poderia ser boa ou má – eles assumem que só o pior poderá acontecer. É um crescente no transtorno ansioso, e por isso nossa hipótese é que ambos os problemas, raiva e ansiedade, são parte do mesmo processo que ainda não descobrimos totalmente”, diz Deschênes.
A dica, portanto, é que esses indivíduos comecem a agir sobre as causas da raiva excessiva. Se o problema são os estressores no trabalho, é preciso procurar ajuda para aprender a lidar com essas questões, por exemplo. “Ao entender melhor essa correlação entre raiva e o Transtorno de Ansiedade Generalizado esperamos contribuir para melhorar a forma como esses indivíduos são tratados e que eles melhorem suas respostas ao tratamento também”, dizem os pesquisadores.
por Enio Rodrigo