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quarta-feira, 29 de maio de 2013


Com apoio da ONU, Haiti desenvolve sistema de combate à violência contra mulher

Policial brasileira atua em campos de deslocados para evitar violência contra mulheres. Foto: UNIC Rio/Damaris Giuliana
Policial brasileira atua em campos de
deslocados para evitar violência contra mulheres.
Foto: UNIC Rio/Damaris Giuliana
A violência doméstica e sexual é um problema grave e histórico no Haiti, de acordo com a Polícia das Nações Unidas (UNPOL). Até bem pouco tempo, o medo impedia as mulheres de denunciar e, por vezes, as que procuravam apoio não recebiam ajuda porque muitos policiais não consideravam o estupro um crime.
O acompanhamento da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) ajudou a mudar a situação do país e hoje existe uma rede de auxílio às vítimas, que além de oferecer apoio médico e psicológico, investiga os casos para levar os suspeitos a julgamento.
O trabalho tem sido intensificado nos campos de deslocados, onde é maior a vulnerabilidade de mulheres e meninas. O número de visitas feitas a esses locais por mulheres policiais da ONU cresceu de 114 em janeiro deste ano para 247 em abril. O grupo trabalha em conjunto com a Polícia Nacional do Haiti (PNH).
“Nós vamos até o campo onde ocorreu a violência, levamos a vítima a um hospital de Cité Soleil, que é o hospital que nós temos a maior facilidade por conta da equipe de psicólogas e de médicas”, descreve a policial brasileira Virgínia Lima.
Lá, essas mulheres recebem os remédios necessários no prazo de 72 horas para evitar doenças sexualmente transmissíveis e gravidez, além da documentação obrigatória para que a Justiça receba as denúncias.
“Se ela desejar ir até uma delegacia pra fazer o registro dessa ocorrência, a gente acompanha também”, diz a capitã, acrescentando que há um trabalho de sensibilização nesse sentido.
A ONU também atua na prevenção da violência realizando palestras e patrulhas nos campos de deslocados.

Formação policial ainda é desafio

O Haiti tem atualmente pouco mais de 10 mil policiais e precisa de ao menos 15 mil para que a segurança e a estabilidade sejam garantidas pelas autoridades locais. A formação desses profissionais ainda é um desafio para o país e para a ONU, que encontram dificuldade para alcançar a meta de mil novos policiais por ano.
Em 2012, por exemplo, 16 mil candidatos participaram da primeira fase da seleção, mas apenas 239 concluíram o curso da Academia de Polícia. Entre outros quesitos são avaliados o nível de alfabetização, condições de saúde e antecedentes criminais.
De acordo com o vice-comissário da UNPOL no Haiti, Serge Therriault, a PNH não pode ser pensada de maneira isolada porque é parte da reconstrução do país com base em instituições democráticas. Segundo ela, ampliar a capacidade da polícia requer mais do que treinamento: é preciso prover orçamento, infraestrutura e apoio operacional.
Também é preciso trabalhar a inclusão feminina na corporação. “Descobrimos que na cultura haitiana o que os pais pensam é realmente importante. Então, muitas mulheres não se engajam nessa carreira porque os pais não apoiam ou não veem a polícia como um lugar para mulheres”, relata Therriault. “Se pudermos mudar a percepção dos pais, só com isso devemos aumentar o número de recrutamento de mulheres.”
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Esta matéria faz parte de uma série de reportagens especiais, incluindo um vídeo, para o Dia Internacional dos Trabalhadores das Forças de Paz, lembrado a cada ano em 29 de maio. Confira todas as reportagens em www.onu.org.br/29demaio e o vídeo abaixo.

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