Casa de Parto de São Sebastião, no Distrito Federal. Foto: Mary Leal/GDF |
O parto humanizado proporciona que as mães sejam, efetivamente, as protagonistas do próprio parto. A criança nasce em um ambiente calmo e é rapidamente colocada junto à mãe. Além de fortalecer o laço entre a mãe e o bebê, estimula a amamentação e garante mais saúde ao recém-nascido. Por esta razão, o Ministério da Saúde recomenda que esse tipo de parto seja priorizado em maternidades e hospitais de todo o país.
Em São Sebastião, no Distrito Federal, existe pelo Sistema Único de Saúde (SUS) uma Casa de Parto que realiza um trabalho voltado diretamente para o parto humanizado. “São posturas e decisões que você tem. Você não vai conduzir o parto, vai respeitar a maneira que ela conduz, vai intervir de acordo com a necessidade da mãe. Não fazemos intervenções desnecessárias”, explica Jussara Silva Vieira, enfermeira e coordenadora da Casa de Parto de São Sebastião. Para ela, “não adianta ter um pacote pronto para o atendimento de cada mulher, é preciso respeitar a individualidade e integralidade de cada mãe”.
Segundo Jussara, essa visão e essa filosofia, somada ao ambiente adequado, geram bons resultados. Ela conta que 100% das mães que atendem fazem questão de responder um questionário que avalia o atendimento da Casa em todos os aspectos. O grau de satisfação, de acordo com as mães, chega a 98%. “A procura tem crescido e mães de outras regiões de saúde nos procuram querendo ter a criança conosco”, completa a enfermeira.
“Foi superlegal. Um atendimento que recomendo a qualquer gestante. Falo até que fui eu mesma que fiz meu parto. É tão humanizado que você se sente participando de tudo”, relata a jovem mãe Aryanne Inácio Carvalho, de 23 anos. Ela teve seu primeiro bebê na Casa de Parto de São Sebastião (DF). Estudante de enfermagem, Aryanne tinha ouvido falar do parto humanizado e da Casa de Parto, mas só quando entrou na Casa foi que entendeu de fato o que é o parto humanizado.
“Tudo que elas faziam elas explicavam, perguntavam pra mim o que eu queria. O parto não teve indução nenhuma, nada. Foi muito natural. Muito diferente de tudo que eu já tinha visto”, relata Aryanne. Ela ainda conta que conversaram para saber qual a melhor forma de ter o bebê e que o tempo todo teve dois acompanhantes, até o último minuto. “De jeito nenhum, gostaria que fosse de outra forma. Minha recuperação foi muito boa. Em uma semana eu já estava fazendo tudo”, completa a estudante.
Rede Cegonha – O governo federal lançou, em 2011, a estratégia Rede Cegonha, que tem como uma das principais metas incentivar o parto normal humanizado e intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho.
Entre as ações da Rede Cegonha está o custeio de Centros de Parto Normal (CPN). São estruturas que funcionam em conjunto com a maternidade para humanizar o momento do parto, oferecendo às gestantes um ambiente com maior privacidade.
Lucas Pordeus Leon / Blog da Saúde
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